O dólar fechou acima de R$ 3,30 nesta sexta-feira (3), na maior cotação em 4 meses, influenciado pela elevação da moeda no exterior após dados sobre manufatura e serviços norte-americanos mais fortes do que o esperado reverterem o efeito dos dados de emprego do início da sessão.
O dólar avançou subia 1,32%, a R$ 3,3071 na venda, depois de fechar a quarta-feira a R$ 3,264. Veja a cotação de hoje
Trata-se da maior cotação de fechamento desde 4 de julho (R$ 3,31).
Na semana, acumulou valorização de 1,95%. Foi a terceira semana seguida em alta, período no qual acumulou 5,02%, destaca a Reuters.
Na mínima da sessão desta sexta, marcou R$ 3,249 e, na máxima, R$ 3,3361.
“Houve uma zeragem de posições vendidas acompanhando o avanço da moeda lá fora”, comentou um operador de uma corretora ao destacar que o dólar sobe com vigor ante outras divisas de emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
O euro virou para o negativo ante o dólar, caindo para seu nível mais baixo do dia depois dos dados de encomendas à indústria e ISM serviços, enquanto o dólar subiu para as máximas da sessão ante uma cesta de moedas após os números.
O dólar tinha ainda forte alta ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano, a lira urca e o peso mexicano.
Mais cedo, a moeda chegou a operar em queda depois que os dados do mercado de trabalho norte-americano em outubro ficaram abaixo das expectativas dos especialistas, porém sem afastar a perspectiva de nova alta de juros no país em dezembro.
“Eventos como furacões geram volatilidade e já era esperada uma recuperação, mas ela não foi tão forte como se acreditava”, disse à Reuters o economista da corretora Guide Ignácio Crespo Rey.
Desemprego e Fed
A criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola atingiu 261 mil no mês passado, número mais alto desde julho de 2016, mas ficou abaixo da expectativa de economistas de criação de 310 mil postos de trabalho.
A taxa de desemprego caiu para perto da mínima de 17 anos de 4,1% porque as pessoas deixaram a força de trabalho. Ainda assim, os dados não mudaram as expectativas de que o Federal Reserve elevará a taxa de juros em dezembro.
“A grande dúvida agora é 2018, se haverá dois ou três aumentos de juros”, disse à Reuters um gestor da mesa de derivativos de uma corretora local.
Essa perspectiva para os juros levará em conta a nova gestão no Federal Reserve. O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou na quinta-feira o centrista Jerome Powell para substituir Janet Yellen como chair do Fed, sinalizando continuidade da postura cautelosa dela em relação à política monetária.