Procuradora-geral Raquel Dodge opina no Supremo contra proibição do Uber

Ela se manifestou em ação que tenta derrubar proibição em Fortaleza. Segundo Raquel Dodge, município não tem competência para legislar sobre o assunto.

ReproduçãoUber

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a proibição do Uber e demais aplicativos de transporte individual.

Em parecer apresentado dentro de ação com o objetivo de barrar o serviço em Fortaleza, ela afirmou que tal regra seria “desproporcional”.

“A definição feita pelo Município de Fortaleza é desproporcional porque implica, no plano da efetividade, proibição do serviço […] A proibição é forma de restrição ao princípio da liberdade e da livre iniciativa, feita por ente sem competência legislativa e em afronta ao princípio da proporcionalidade”, escreveu no documento.

O parecer foi entregue no fim de outubro dentro de ação do PSL que visa derrubar lei da capital cearense que proíbe o uso de carros particulares, cadastrados ou não em aplicativos, para o transporte remunerado individual de pessoas.

A lei aplica multa de R$ 1.400 para o condutor flagrado, valor que pode ser multiplicado por 4 em caso de reincidência.

Dodge pediu que o Supremo derrube a lei, apontando aspectos formais: para ela, o município não pode regular o transporte público, competência que cabe somente à União nesses casos.

A procuradora, porém, disse que a lei federal sobre o assunto deve colocar em equilíbrio vários princípios da Constituição. Se de um lado, argumenta, deve garantir proteção à livre iniciativa do motorista e a liberdade de escolha do consumidor, também tem de levar em conta o acesso a cidades sustentáveis e o bem-estar dos cidadãos.

A ação tem como relator o ministro Luiz Fux, e eventual decisão poderá servir de parâmetro para outras ações semelhantes em andamento no STF. Ainda não há data, porém, para o julgamento pelo STF.

Em junho deste ano, a Câmara Municipal de São Paulo apresentou ação para proibir o aplicativo. A decisão sobre essa ação terá a chamada repercussão geral, podendo vir a ser aplicada a todos os demais casos. O relator, Luís Roberto Barroso, ainda não marcou o julgamento.

No último dia 31, o Senado aprovou projeto de regulamentação do Uber e de outros aplicativos do gênero. Mas, como os senadores fizeram alterações em um projeto da Câmara, o texto será submetido a nova análise dos deputados.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário