Pelo terceiro ano consecutivo, o Circuito Penedo de Cinema promove a acessibilidade e a inclusão. Durante os dias das Mostras de Cinema Infantil e Velho Chico de Cinema Ambiental, o evento conta com a participação especial de dois tradutores intérpretes de Libras/Língua Portuguesa (TILSP) na Sala de Exibições da Praça 12 de Abril fazendo a interpretação simultânea.
A professora da Unidade de Penedo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Joseane dos Santos, é a responsável por essa iniciativa. Ela, que participa ativamente da programação das duas mostras desde 2015, reforça a importância de se promover a inclusão neste que é o maior evento de cinema realizado em Alagoas.
“O Circuito Penedo de Cinema tem uma programação diversificada que visa atender todo o público. Quando falamos em diversidade não podemos esquecer dos surdos e das pessoas com deficiências. Nas Mostras Infantil e Ambiental, temos os estudantes das escolas da região, onde os surdos estão concentrados. Alguns deles nunca foram ao cinema, e quando vão, o filme não tem legenda nem intérprete. Para eles é como assistir um filme ‘mudo’. Então, disponibilizar o intérprete de Libras nas mostras é permitir que os surdos entendam o que os personagens falam nos filmes, é trazer Cultura a essa comunidade, é promover a inclusão”, afirmou Joseane dos Santos.
A temática, inclusive, fez parte da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano com quatro motivadores diferentes. Um deles apresentou um trecho da Constituição Federal reafirmando que todos têm o direito à educação; outro mostrou a quem fazia o Enem que uma lei do ano de 2002 determinou que Libras se tornasse a segunda língua oficial do Brasil.
Um terceiro ponto apresentado aos candidatos incluiu dados sobre o número de alunos surdos presentes na educação básica entre os anos de 2010 e 2016. A professora Joseane dos Santos concordou e ficou bastante contente com o tema.
“Discutir inclusão é um tema da atualidade e, nos últimos anos, o Enem tem abordado os direitos humanos. Os surdos são cidadãos excluídos da sociedade. Eles estão incluídos nas escolas, mas seus direitos estão sendo negados. Em toda cidade há surdos, mas eles são tratados como invisíveis: o professor finge que não tem um aluno surdo. E os alunos fingem que não têm um colega surdo durante anos. Por isso não é um tema novo. É um tema necessário. Então, precisamos – todos, inclusive os estudantes – parar pra pensar em práticas efetivas de inclusão das minorias. O MEC fez o Brasil parar e enxergar os surdos”, salientou a professora.
O Circuito Penedo de Cinema é realizado pela Ufal, pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult), e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS), com patrocínio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Prefeitura de Penedo e Serviço Social da Indústria (Sesi), além do apoio de instituições públicas e privadas.
A programação atualizada pode ser vista por meio do site www.circuitopenedo.com.br