A rebelião que ocorre desde as 15h30 de quinta-feira (9) na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no oeste do Paraná, deixou dois presos mortos, segundo o diretor do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), Luiz Cartaxo. Dois agentes penitenciários são mantidos reféns desde o início do tumulto e, conforme o Depen, estão bem.
Durante a rebelião, outros seis presos ficaram feridos. Segundo a Polícia Militar (PM), eles foram socorridos e encaminhados para unidades de pronto atendimento.
Um terceiro agente que também tinha sido rendido foi liberado no final da tarde de quinta. O homem sofreu ferimentos na cabeça e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Veneza.
Equipes do Setor de Operações Especiais (SOE) e da Polícia Militar (PM) estão no local para tentar negociar o fim da rebelião. No início da manhã, a PM chegou a dizer que a a negociação estava prestes a ser concluída, mas pouco tempo depois afirmou que os detentos não cumpriram o acordo e que, por isso, as negociações tiveram que recomeçar.
Informações preliminares da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) apontam para uma possível briga entre facções. Os nomes delas não foram divulgados. A Sesp informou ainda que não foi feita qualquer exigência por parte dos presos.
Uma reunião nesta sexta-feira entre membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Cascavel levantou que os presos reclamam da queda na qualidade dos alimentos servidos e do tratamento dado às visitas. Os detentos, aponta o representante dos advgoados, Marcelo Navarro, exigem ainda a transferência de três agentes penitenciários.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários informou que a rebelião começou no solário da penitenciária. De acordo com o sindicato, os presos que estavam no local escalaram a parede e acessaram o telhado. Desde então, eles não saíram mais do local.
Durante a madrugada desta sexta, 150 presos foram transferidos para a Penitenciária Industrial de Cascavel e outros 50 foram levados para Cadeia Pública, anexa à delegacia central.
Familiares aguardam do lado de fora do presídio em busca de informações de parentes. Por volta das 19h de quinta, eles chegaram a fechar a BR-277 para protestar sobre a falta de notícias, mas liberaram o trecho cerca de três horas depois.
Outra rebelião
Em 2014, outra rebelião na mesma unidade deixou ao menos cinco presos mortos e 27 feridos. O motim foi encerrado após 45 horas. Na ocasião, cerca de 80% da estrutura da penitenciária foi destruída pelos presos. A reforma custou cerca de R$ 1,3 milhão.