O ativista argentino Santiago Maldonado, que ficou desaparecido por dois meses e meio até seu corpo ser encontrado rio Chubut, morreu por asfixia por afogamento “ajudada por hipotermia”, informou nesta sexta-feira (24) o juiz Gustavo Lleral.
Em declarações à imprensa após receber o informe sobre os resultados das perícias realizadas, emitido por uma junta de 8 peritos, o magistrado do caso acrescentou que o corpo, que será velado por sua família no próximo sábado, “permaneceu sempre debaixo d’água”.
“Foi estabelecido, com base em métodos científicos internacionais, que o corpo permaneceu debaixo d’água por um período estabelecido de mais de 53 dias, mais de 60 dias e mais de 73 dias, de acordo com os métodos científicos utilizados e aceitos internacionalmente”, disse Lleral.
A perícia oficial começou a ser feita no dia 20 de outubro, três dias depois de o corpo do ativista ser encontrado. Na última vez em que foi visto, Maldonado participava de um protesto da comunidade indígena mapuche no dia 1º de agosto que foi reprimido pela polícia.
O caso, investigado como um “desaparecimento forçado”, gerou uma grande polêmica na Argentina, e uma das principais suspeitas, sobretudo por parte da família e de organizações de direitos humanos, é de que policiais foram responsáveis pelo desaparecimento de Santiago.
De acordo com a agência Efe, o caso judicial para o esclarecimento dos detalhes do caso e de se houve responsáveis pela morte, continua tramitando na Justiça e será feita uma reconstrução histórica dos fatos.
O irmão de Santiago, Sergio Maldonado, disse à imprensa após a divulgação da perícia que para a família a causa de sua morte “segue sendo desaparecimento forçado”.
Segundo o jornal “La Nación”, nesta quinta-feira a família de Maldonado emitiu um comunicado em que pedia que, uma vez conhecidas as conclusões da autópsia, se dê início ‘ “uma nova etapa de investigação” que inclua “medidas indispensáveis para conhece a verdade” e identificar “todos os responsáveis pelo desaparecimento e pela morte”.