Quando inaugurado em março deste ano, o Laboratório de Genética Forense da Perícia Oficial do Estado de Alagoas (POAL), gerou uma grande expectativa sobre o seu funcionamento. Oito meses depois, os resultados superam todas as previsões, e positivamente. Exames que até então levavam meses para ficar prontos, agora estão sendo realizados rapidamente pela equipe de peritos criminais do Instituto de Criminalística (IC).
Dados do setor de estatística do órgão apontam um aumento na produtividade de 114,25% na realização de exames de DNA. Segundo a chefe do Laboratório, perita criminal Doutora Rosana Coutinho, em 2016 foram realizados apenas 14 exames dessa natureza. Na época o IC mantinha um contrato com o Laboratório GEMPRO da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Este ano, após o investimento de quase R$ 800 mil reais na aquisição de equipamentos com recursos oriundos do Fundo Estadual de Segurança Pública (FUNESP), o Laboratório de Genética Forense entrou em funcionamento e já realizou 30 exames de confronto genético. Desse total de exames, dois são referentes a solicitações do ano de 2015, dez do ano de 2016, e dezoito deste ano.
Quando um cadáver não identificado entra no IML, é coletado material biológico para futura identificação por meio de confronto genético com familiares que possuem pessoas desaparecidas na família. “Para a obtenção do perfil genético de um indivíduo, primeiramente é realizada uma extração de DNA das amostras biológicas recebidas. Posteriormente é feita uma amplificação desse DNA e por fim essas amostras são sequenciadas, através de um analisador genético”, complementa a Doutora Rosana.
Além da Doutora Rosana Coutinho, foi responsável pelos exames, o perito criminal Doutor Marek Henryque Ferreira Ekert. De acordo com o Doutor Marek, o exame de confronto genético é altamente confiável, após as análises genéticas dos materiais biológicos, são realizados cálculos estatísticos que confirmam os resultados apresentados. Todo o processo é baseado em métodos científicos validados mundialmente.
“O Laboratório de Genética Forense veio para dar dignidade às pessoas vítimas de violência em Alagoas, tanto por meio da identificação de vítimas de crimes, como por meio da identificação de autores de crimes”, complementa Doutor Marek.
A implantação do novo laboratório garantiu a autonomia de Alagoas no quesito exame de DNA. Agora, o empenho dos gestores é para aumentar a equipe do Laboratório de Genética Forense, que possui apenas dois peritos criminais, número inferior ao recomendado para a inclusão na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG).