Quase dez meses depois de fazer história e se tornar a primeira atleta transexual brasileira a conseguir autorização da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) para atuar entre as mulheres, Tifanny Abreu quebrou outro tabu. Na tarde desta terça-feira (5), o Vôlei Bauru anunciou que contará com a atacante para a edição 2017/2018 da Superliga feminina de vôlei.
De acordo com o clube, Tifanny ainda não tem data prevista para estrear. Depois de jogar na Série A2 da Itália na última temporada, pelo Golem Software Palmi, ela voltou ao Brasil para passar férias ao lado dos familiares. A goiana, então, fechou um acordo para usar as instalações do time do interior paulista a fim de se recuperar de uma cirurgia na mão esquerda.
A contratação, a princípio, foi descartada, pois Tifanny tinha planos de voltar a viver na Europa, onde já se sentia plenamente adaptada -além da Itália, ela chegou a atuar em campeonatos masculinos de Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica.
Porém, a boa receptividade que teve em Bauru, não só das companheiras de equipe como da torcida, a fizeram mudar de ideia. Outro fator que pesou na decisão de permanecer no país foi a proximidade com os familiares.
Vantagem física?
A confirmação de que Tifanny poderá atuar no voleibol brasileiro reacende uma polêmica: por ter nascido homem, ela teria vantagem física ao jogar contra mulheres?
Segundo o COI (Comitê Olímpico Internacional), a resposta é não. Desde janeiro de 2016, a entidade que controla os esportes olímpicos no mundo autoriza atletas trans a participarem de disputas femininas, desde sejam cumpridas determinadas regras, como fazer tratamento hormonal para diminuir a quantidade de testosterona na corrente sanguínea, caso de Tifanny.
Com três vitórias em dez jogos, o Vôlei Bauru ocupa atualmente a nona posição da Superliga feminina. O time entra em quadra novamente no domingo (10), às 13 horas (de Brasília), para encarar o São Cristóvão Saúde/São Caetano em casa.