Alvo da Operação Kali, desencadeada pela Polícia Federal (PF) no dia 5 de dezembro, o ex-prefeito por Marechal Deodoro, Cristiano Matheus, está sendo ouvido na manhã desta terça-feira (12), na sede da Polícia Federal, no bairro do Jaraguá.
De acordo com a assessoria de comunicação da PF, o ex-prefeito é acusado de desviar cerca de R$ 6 milhões dos recursos adquiridos por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), destinado ao município em que comandou entre 2009 e 2016. Cristiano está sendo ouvido hoje pelo delegado Daniel Granjeiro, chefe da regional de Combate ao Crime Organizado, mas não ficará preso.
Segundo levantamentos da PF, o ex-prefeito é o líder da organização criminosa que englobava ainda amigos e aprentes no esquema de enriquecimento ilícito do dinheiro público. Entre as provas apresentadas, a PF constatou a existência de negociações de imóveis em nome do irmão de Cristiano Matheus, que atuava como um laranja, no valor de R$ 150 mil. Os locais seriam uma das formas de lavar o dinheiro de modo a torná-lo lícito.
Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, na semana passada, o delegado Márcio Tenório, coordenador da operação, disse que essa é considerada uma das mais complexas investigações da PF. O motivo recai justamente na quantidade de laranjas administrados pelo ex-prefeito que fazia isso também para dificultar as investigações e evitar rastros com o seu nome.
“Tem sido uma das investigações mais complexas por causa da quantidade de laranjas e a cara de pau do ex-prefeito. Ele é considerado um profissional da lavagem de dinheiro”, afirmou.
Ao todo, a PF solicitou a prisão do ex-prefeito e de mais 13 pessoas ligadas a eles – sendo estas cinco preventivas e nove temporárias – além de 25 mandados de busca e apreensão já realizados. Porém, a justiça não achou necessárias os cumprimentos de mandados de prisão.
Operação Kali
A Operação Kali é considerada um desdobramento da Operação Astaroth, ocorrida em julho deste ano, onde cerca de 100 policiais federais participação da ação atuando tanto em Alagoas como em Pernambuco e no Maranhão. De julho a dezembro, a PF apreendeu além de documentos nas residências de familiares e amigos do ex-prefeito, quatro veículos com valores acima de R$ 60 mil, uma moto, € 11 mil, computadores e uma arma de fogo.
297 mil reais, 5 mil dólares e 14 mil euros apreendidos na casa da dona da construtora que pagou por uma reforma no apartamento do ex-prefeito em 2014 no valor de 104 mil reais.