Wu Yongning, um conhecidíssimo escalador de edifícios (ou rooftopper) chinês com milhares de seguidores nas redes sociais, morreu ao cair do 62º andar (190 metros) de um arranha-céu da cidade do Changsha, aonde subira para tirar uma selfie em pose temerária. A morte ocorreu em 8 de novembro, mas só foi anunciada nesta terça-feira por sua namorada. Fazia mais de um mês que ele havia deixado de publicar os vídeos em que se exibia em poses arriscadas sobre alturas vertiginosas. Agora foi divulgada aquela que viria a ser a sua última e fatal gravação, segundo a imprensa chinesa.
O escalador, de 26 anos, tinha uma legião se seguidores no Weibo, a maior rede social chinesa, onde publicava os clipes que gravava depois de escalar, sem equipamentos de segurança, até a cobertura dos arranha-céus, as antenas situadas sobre eles e outros lugares perigosos. O próprio Wu Yongning advertia nas imagens sobre os riscos desse tipo de atividade, que lhe gerava rendimentos substanciais segundo a BBC.
As imagens da sua última escalada mostram Wu, com roupa preta, descendo pela parede do edifício Huayuan Internacional Centre. Depois de alguns exercícios, ele tenta voltar para o terraço, mas seus pés escorregam pela parede vertical metalizada, ele não consegue retornar a um lugar seguro, e então cai. Wu havia deixado o celular gravando no topo do arranha-céu.
A imprensa chinesa disse que Wu estava participando de um desafio de rooftopping, valendo um prêmio de 100.000 yuans (quase 50.000 reais), conforme relatou um familiar dele. Os jornais não esclareceram quem pagaria esse prêmio.
“Ele planejava pedir a namorada em casamento no dia seguinte ao desafio”, disse o jornal South China Morning Post, citando um irmão do morto. “Queria esse dinheiro para o seu casamento e para pagar o tratamento da sua mãe, que está doente”, acrescentou.
Os seguidores do escalador, cuja modalidade se tornou muito popular em algumas cidades de países desenvolvidos, haviam manifestado nos últimos dias sua inquietação com a ausência de novas façanhas de Wu. Ainda em vida, ele havia sido criticado em várias ocasiões por causa dos perigos excessivos que aceitava enfrentar. Deixou 300 vídeos de escalada de alto risco.