As polícias Militar e Civil de Pernambuco prenderam um homem apontado como autor de três assassinatos e duas tentativas de homicídio, em julho deste ano, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. De acordo com o delegado Viktor Melo, o crime foi motivado por ciúmes e ocorreu após uma confusão em um bar. A captura ocorreu em Maragogi (AL), na segunda-feira (11).
De acordo com as investigações, Milton Paes foi autor dos disparos efetuados após uma briga passional em um bar localizado em Ponte dos Carvalhos, no Cabo, no dia 31 de julho. Mesmo sem ter envolvimento direto no caso de ciúmes, ele interveio na confusão entre o amigo Gustavo Silva e a companheira dele. Silva foi preso em outubro deste ano.
O delegado Viktor Melo contou que a confusão começou quando uma mulher, grávida de Gustavo, chegou ao bar e decidiu sentar à mesa com o ex-companheiro, com que manteve um relacionamento por cinco anos. Ela, segundo o delegado, tem uma tatuagem com o nome do ex-companheiro.
“Já havia uma tensão anterior entre o atual e o ex. No dia do crime, o problema só aumentou. Os dois discutiram e trocaram empurrões. Só que Milton, que estava armado no bar, tomou as dores do amigo. Ele já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas”, afirmou o delegado.
Depois da confusão, Milton chamou o ex-companheiro da mulher para sair do bar. “Ele estava bêbado e não percebeu a gravidade da situação. Foi o primeiro a morrer”, disse o delegado.
Em seguida, uma mulher que estava no bar tentou interferir na ação de Milton e levou um tiro na mão. O autor do crime também atirou na praça e matou duas mulheres que estavam passando. Segundo o delegado, Milton ainda tentou efetuar mais disparos, porém ficou sem munição. “Se fosse uma pistola, a quantidade de vítimas seria bem maior”, observou.
A prisão
Logo depois do crime, a polícia localizou a arma do crime. No dia 18 de outubro, a polícia capturou Gustavo. Na segunda (11), as equipes das Polícias Civil e Militar encontraram Milton na casa de parentes. Ele estava em Alagoas há mais de três meses.
Durante a investigação, os advogados dos suspeitos tentaram alegar que a arma não era de Milton nem de Gustavo, mas sim do ex-companheiro assassinado. “Testemunhas colocaram essa tese abaixo. Mostraram que o revólver era do homem que atirou nas vítimas”, acrescentou o delegado.
Autuado por triplo homicídio consumado e dois assassinatos tentados, Milton Paes seguiu para o Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. As penas somadas podem chegar a 100 anos de prisão.