Mesmo com a proximidade do Natal o Terminal Rodoviário João Paulo II, localizado no bairro do Feitosa, registra uma queda no movimento de passageiros em comparação com o mesmo período de 2014.
De acordo com o gerente do Terminal Rodoviário, Selmo Marques de Oliveira, o declínio do fluxo de embarques e desembarques já pode ser observado a partir desta sexta-feira (22). A evasão de pessoas é apontada pela administração como parte do crescente número de transportes clandestinos, além da falta de fiscalização dos órgãos públicos no que tange a monitorar paradas fora das rotas realizadas pelas linhas intermunicipais e interestaduais.
“Esse ano de 2017 estamos registrando uma queda de 61% do transporte intermunicipal, 12% do interestadual e 35% do transporte complementar durante esse período”, lamenta o gestor.
Ainda segundo Selmo Marques, mesmo com o Natal ocorrendo em um dia de domingo, o que facilita a busca de passageiros por viagens durante todo o final de semana, o movimento na rodoviária não deve passar dos 5 mil passageiros, sendo 3 mil de embarque e 2 mil de desembarque. A maior frequência de pessoas no Terminal começa na tarde de hoje e segue até a tarde do sábado (23).
Fiscalização
Para o gerente, o embarque e desembarque realizados fora do Terminal Rodoviário João Paulo II já se tornaram parte da cultura do alagoano. “O nosso número menor de passageiros reflete as paradas constantes dos intermunicipais e esses ‘pontos’ irregulares onde eles param se tornou cultural. Ninguém vem mais à rodoviária”, diz.
A Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (Sinart) moveu, em junho deste ano, uma ação contra a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal) de modo a exigir uma maior fiscalização dos órgãos. A empresa é a responsável pela administração de toda atividade no Terminal Rodoviário,
“O prejuízo mesmo que nós acumulamos aqui se dá por conta da falta fiscalização. Com isso a rodoviária funciona apenas com 12% da capacidade”, informa o gerente.
SMTT
A equipe de reportagem do Alagoas 24 Horas entrou em contato com a assessoria de comunicação da SMTT, no intuito de tentar entender que pode ser feito para melhorar a fiscalização. Em resposta, a assessoria informa que diariamente faz abordagens e atuações das mais diversas irregularidades, mas a dificuldade maior ocorre por conta da punição prevista pela justiça.
“A SMTT possui um grupamento específico somente para identificar essas irregularidades, em parceria com o BPTran [Batalhão de Trânsito]. De domingo a domingo são feitas autuações, mas o problema que a gente observa é que antes existia uma portaria que previa punições rigorosas e esta foi alterada pela justiça”, informa a assessoria.
De acordo com a SMTT, antes de 2017, a SMTT legalmente aplicava multa no valor de R$ 2,200 mil para os transportes flagrados como clandestinos, além de ter o direito de apreender o veículo por até três dias. “Essa portaria foi suspensa, valendo agora apenas as infrações previstas no Código de Trânsito brasileiro [CTB], onde a multa prevista é de R$ 133 e sem a apreensão do veículo”, informa a assessoria.
Com isso, a SMTT culpa a fragilidade da punição ao aumento do número de veículos agindo sem a autorização do município, bem como as paradas realizadas em excesso.
Arsal
A Arsal divulgou nota em que reitera que a empresa trabalha dentro de todas as suas possibilidades para garantir um transporte rodoviário seguro, confortável e dentro da elgalidade.
Veja abaixo:
A fiscalização de Transporte da Arsal atua in loco, em pontos fixos e volantes em todo o Estado, com o suporte do Sistema de Monitoramento de Transporte (SMT) da Agência, que funciona de forma online e registrou este ano uma queda de 11,5% no número de roubo e furto a veículos em relação ao ano passado.
Em 2017 (até o começo de dezembro), abordagens diárias durante operações rotineiras e especiais nas rodovias alagoanas, realizadas pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) em parceria com o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), resultaram em 1.138 autuações (devido à clandestinidade e a outras irregularidades) e em 366 apreensões de veículos clandestinos, entre vans, táxis, micro-ônibus e caminhonetes.
Independente das fiscalizações realizadas in loco e online, qualquer pessoa pode registrar denúncias ou reclamações referentes a quaisquer problemas relacionados ao Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, por meio da Ouvidoria da Arsal, pelo 0800 284-0429, pessoalmente ou pelo www.arsal.al.gov.br.
A Arsal reitera que trabalha dentro de todas as suas possibilidades para garantir um transporte rodoviário intermunicipal seguro, confortável e dentro da legalidade para todos os usuários de Alagoas.