O grupo acusado de cometer homicídios na região de União dos Palmares, alvo de operação ocorrida nas primeiras horas desta quinta-feira (28), é apontado pelo promotor de Justiça Hamilton Melo, do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), como remanescentes dos antigos “Ninjas” – grupo de extermínio formado por policiais que executavam adolescentes infratores em troca de recompensas.
Em entrevista concedida à imprensa, o promotor informou que os presos tinham o mesmo modus operandis dos Ninjas que aterrorizaram União dos Palmares no inicio dos anos 2000.
“Não necessariamente todos os integrantes, mas uma parte é remanescente e atuava sob o mesmo modos operandis dos Ninjas”, afirma.
Saiba mais: Ninjas acusados de chacina em União dos Palmares vão a júri na Capital
Chacina União: PMs são condenados a quase 200 anos de prisão
Ao todo foram 13 mandados de buscas e oito de prisões cumpridos. A operação segue em curso já que nem todos os acusados foram presos. Dentre os presos está Francisco Eduardo da Silva, vulgo “Mamão”, considerado um dos chefes da organização. Com ele foi apreendido uma pistola, diversos cartões bancários, carteiras de trabalhos e documentos pessoais.
“Isso levanta outra suspeita no âmbito da investigação, que é a possibilidade de fraude com documentos falsificados ocorrida nos municípios de Rio Largo e União dos Palmares”, ressalta o promotor.
Além de Francisco Eduardo, foram presos os militares Fernando Gomes de Lima Filho, “o Fernandinho”, e Cícero Vasconcelos de Lima Júnior, conhecido como “Cabo Júnior”. A investigação aponta que eles são responsáveis por pelo menos nove mortes ocorrida entre 2014 e 2017. As vítimas foram identificadas como Edilma Maria da Silva; Ronildo Gomes da Silva; Clayton Hugo Honório Guimarães; José Alysson da Silva Cavalcante; Vicente Fabrício Vasconcelos; José Adilson Amorim da Silva; José Jackson Miguel da Silva; Ernande Carlos da Silva e Luan Douglas dos Santos, professor de Educação Física morto a tiros em abril de 2017.