Empresários justificam aumento de 15% e acusam falta de investimento da prefeitura

João Urtiga / Alagoas 24 HorasFernando Paiva, advogado do Sinturb

Fernando Paiva, advogado do Sinturb

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (11) o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb) apresentou as justificativas para o possível aumento de 15% na tarifa de transporte coletivo na capital alagoana. Entre os motivos apresentados pelas empresas estão o aumento no preço do óleo diesel, a concorrência com o transporte clandestino e a falta de investimento por parte da prefeitura no serviço.

O advogado do Sinturb, Fernando Paiva, explicou que, no ano passado o preço do óleo diesel – combustível utilizado nos coletivos – era de R$2,10 em média por litro e que hoje o valor aumentou muito, chegando a até R$3,07. “Quando a tarifa do ano passado foi fixada, nós tínhamos o valor do diesel quase um real a mais. Este é o fator primordial para que nós indiquemos o reajuste. Além disso, tivemos um aumento abusivo da clandestinidade. No nosso balanço de 2016, tivemos cerca de 7 millhões e 200 mil passageiros. Já em 2017, tivemos uma redução de 17% a menos, isso impacta em um prejuízo de 4 milhões de reais” afirmou.

O Sinturb alega ainda que o programa “Domingo é Meia”, da prefeitura de Maceió, as gratuidades e meia passagem para estudantes também ajudam a colaborar com também têm impactado nos prejuízos das empresas de transporte coletivo. O sindicato atribui ainda o alto custo das passagens a falta de investimentos do poder público no setor de transporte coletivo, além da não efetividade nas fiscalizações contra os clandestinos.

“O nível de preocupação com a população deveria partir do setor público. O município de São Paulo – por exemplo – criou um subsídio de 20 bilhões para reduzir o impacto para a população e aqui em Maceió é uma das poucas capitais do país onde isso não existe. O que os empresários podem fazer é investir na frota, manter os postos de trabalhos, mas dentro de uma realidade que as empresas têm. Também sofremos com a concorrência desleal dos transportes clandestinos, onde nós cobramos a fiscalização e o combate desse serviço e não há efetividade nisso. Por isso não temos outra saída que não seja o aumento da tarifa para que possamos manter os postos de trabalhos e garantir a sobrevivência das empresas” justificou Paiva.

Fernando garantiu também que, caso o preço seja reajustado para R$4,02, as empresas de ônibus irão realizar o repasse do troco normalmente como previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDL).

Segundo o advogado, está previsto no contrato que as tarifas devem sofrer um reajuste a partir do dia primeiro de janeiro em todos os anos e afirmou que como o aumento não é feito no primeiro mês do ano, isso também acarreta em prejuízos às empresas. Para manter o serviço funcionando, Fernando Paiva explicou ainda que a frota precisou ser diminuída.

“Para se ter uma ideia, estava projetado em licitação cerca de 720 linhas e por causa do transporte clandestino, perdemos muitos passageiros e hoje tivemos que reduzir a 580 linhas em média, porque sem o reajuste, não poderíamos manter todas” finalizou.

A reunião entre o Sinturb e a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) ainda não foi anunciada, mas o sindicato acredita que deverá acontecer nos próximos dias. Porém, não há previsão para quando o reajuste entrará em vigor.

Má repercussão

Com as notícias sobre o reajuste das passagens de transporte público, muitas pessoas começaram a movimentar as redes sociais. O movimento Levante Popular da Juventude publicou um cartaz em protesto ao aumento no valor da tarifa e a classificou como um roubo. Confira a imagem abaixo.

Reprodução / FacebookWhatsApp Image 2018-01-11 at 11.37.34

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