Três dias após ter, supostamente, matado a vizinha por causa de uma vaga de emprego, em Santos, no litoral de São Paulo, a comerciante Angélica da Cruz, 27 anos (foto), se entregou à polícia, nesta terça-feira (16). A mulher disse, em depoimento na delegacia, que agiu por legítima defesa, mas que não se lembra de ter esfaqueado as irmãs de Érica Oliveira da Silva, 24, Débora, 22, e Danielle, 29.
“Ela alegou legítima defesa, mas disse que não se lembra de ter esfaqueado as irmãs. Ela também não acusa ninguém de tê-lo feito. A Angélica fala, sim, que pegou uma faca para se defender, mas que não feriu ninguém”, explicou, em entrevista ao G1, o delegado Marcos Alexandre Alfino, responsável pelo caso. Testemunhas contaram que parentes da suspeita, o marido e o pai dela, também estariam envolvidos no crime.
Em depoimento, Angélica, foragida desde o último sábado (13), dia do assassinato, foi acompanhada da advogada. Após prestar esclarecimentos, foi levada para a Cadeia Pública Feminina, em São Vicente, também no litoral, depois de a Justiça decretar a prisão temporária. Nas redes sociais, a vítima chegou a fazer uma postagem provocativa um dia antes de ser morta.
“A Angélica e a Érica eram brigadas, mas ela nega que almejava o emprego da vizinha. Ela confirma ter entregado o currículo no local, mas diz que não queria pegar a vaga da outra”, afirmou o delegado, acrescentando que vai solicitar que o gerente da empresa, um comércio de concreto, preste depoimento para falar sobre as circunstâncias da seleção.
O delegado ainda ressaltou que a suspeita negou envolvimento da família no crime. O pai dela e o marido teriam ajudado Angélica a praticar o assassinato. “Eu ouvi o irmão dela, de 11 anos, que disse que se aproximou da confusão para puxá-la. E ele o fez com a mão. Nem o pai, nem a mãe dela são citados. Mas estamos apurando o que de fato aconteceu em relação a isso”, esclareceu.