Um ano depois da queda do avião, no mar em Paraty , no sul do Rio de Janeiro, que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, as causas do acidente que chocou todos os brasileiros no dia 19 de janeiro de 2017 ainda não foram divulgadas.
Isso porque as investigações sobre a morte de Teori Zavascki foram encerradas pela Aeronáutica apenas nesta sexta-feira (19). De acordo com as autoridades, os resultados do relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) será divulgado na próxima segunda-feira (22), em Brasília.
Foram abertas três frentes de investigação – do Cenipa , ligado à Força Aérea Brasileira (FAB); do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF). O documento que será divulgado na próxima segunda será apresentado pelo chefe do centro, brigadeiro Frederico Alberto Marcondes Felipe, e pelo investigador encarregado, coronel Marcelo Moreno.
Em geral, as investigações do Cenipa apontam fatores que contribuíram para o acidente e o que fazer para evitar novos casos. “O Cenipa é o órgão da Força Aérea Brasileira que investiga, não julga. Não é um órgão de investigação penal”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann
“É um órgão técnico, que tem como função encontrar causas do acidente, inclusive para reduzir a possibilidade de acidentes futuros. O relatório da Polícia Federal é mais relacionado a aspectos jurídicos penais de investigação”, completou o ministro.
No último dia 10, a Polícia Federal informou que sua principal linha de investigação aponta para falha humana nas manobras de aproximação da aeronave da pista de pouso em Paraty. A investigação ainda não foi concluída.
Raul Jungmann acredita que as informações parciais divulgadas pela PF afastam a tese de atentado. “Espero que sim. Em um acidente como este, muita gente fez teses conspiratórias, isso ajuda, mas o relatório técnico definitivo, que não está na esfera policial, sobre as causas de como se deu e porque se deu com excelente nível de profissionalismo da FAB, por meio do Cenipa, teremos enfim um juízo definitivo, não que eu esteja colocando em dúvida a Polícia Federal, longe disso”, disse.
Peça central da Lava Jato
Teori era relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo e iria homologar a delação premiada dos executivos da Odebrecht assim que o Judiciário retomasse os trabalhos.
Raul Jungmann disse que a notícia da morte do ministro foi um choque. “Choque porque o Teori tinha nas suas mãos algumas das decisões mais importantes da vida política e, obviamente, como relator da Lava Jato era uma peça central em todo esse processo que todo o Brasil acompanha. Além de ser uma pessoa, que comigo, sempre foi muito gentil”, disse.
Jungmann destaca ainda que Teori Zavascki estava lidando com “serenidade e a imparcialidade” a tarefa. “Ele passava tudo isso, a serenidade tão necessária em um processo que mexia com os nervos não só de políticos como de todo o país”.
* Com informações da Agência Brasil.