O recente levantamento realizado pela equipe de Gestão de Fauna, do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL), mostra que a quantidade de animais silvestres resgatados, apreendidos ou recebidos em entregas voluntárias é crescente e o óbito entre eles é cada vez mais baixo, quando comparado com trabalhos realizados em outros Estados.
No ano de 2017, passaram pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas IMA/Ibama) 7211 animais e mais da metade deles, 4.731 ou 66%, foram soltos. Do total, cerca de 13%, permanecem na instituição ou fugiram para a área verde próxima, e apenas 21%, ou 1551, foram a óbito, sendo estes: 1499 aves, 21 répteis e 31 mamíferos.
Entre os animais que deram entrada no Cetas, as aves ainda são maioria e representam o maior número de recebimentos: 6.317 (88%), enquanto os répteis e os mamíferos foram apenas 670 (9%) e 224 (3%), respectivamente. Segundo a bióloga e veterinária Ana Cecília, “a predominância das aves revela uma importante preferência por este grupo no tráfico de animais silvestres”.
Para se ter ideia, entre os anos de 2006 e 2016 a média de animais que davam entrada no Cetas IMA/Ibama, era de cinco mil animais, entre aves, mamíferos e répteis. O aumento em 2017 é creditado às constantes ações de fiscalização e divulgação das ações voltadas para conservação dos animais silvestres.
Avanços
Segundo a bióloga, um aspecto que chama a atenção é que o Estado tem avançado na redução de óbitos, quando comparado com Centros de outros Estados que são referência no manejo e cuidados de animais silvestres. Ela comenta que um estudo realizado por Vicent Kurt Lo, em 2011, de todos os Cetas do Estado de São Paulo, relata que a porcentagem de óbitos teve uma média 30,5%, ou seja: 35,94% CRAS-PET-SP; 40,29% Depave-SP e 25,06% Cetas Lorena-SP.
Entre os Cetas que recebem o maior número de animais: 6797 CRAS-PET-SP; 3972 Cetas-Depave-SP; 2145 no Cetas de Lorena; 7429 no Cetas de Belo Horizonte, esse com 20% de óbitos.
Entre as ações realizadas para alcançar o número de 21% de óbitos, entre os 7211 animais recebidos, a equipe que trabalha no Cetas Alagoas realiza: a separação de animais um dia antes da soltura para se evitar estresse; marcação; vermifugação; cirurgias; soltura em área de distribuição ou hábitats específicos de cada espécie; preferência de soltura em áreas com fonte hídrica.
Além disso, a repatriação de animais que não são de ocorrência em Alagoas; monitoramento diário dos recintos de quarentena; pré-tratamento de animais em épocas de chuva ou sazonalidade de enfermidades; cuidados com filhotes; envio de amostras biológicas para diagnóstico de possíveis zoonoses para instituições parceiras; realização de parcerias para estágios e diagnóstico de doenças.