O Cortejo Xangô Rezado Alto foi às ruas do Centro de Maceió na tarde desta quinta-feira, 1º de fevereiro, para rememorar o episódio de 1912, batizado de Quebra de Xangô, quando casas de culto afro religiosas de Alagoas foram invadidas e destruídas. Neste ano os grupos pediram a criação de políticas públicas voltadas para cultura afro, além de respeito e visibilidade.
Dezenas de pessoas se concentraram na Praça Dom Pedro II (Praça da Assembleia) e entoaram cantos, dançaram e rezaram enquanto esperavam o cortejo – que seguiu pela Rua do Comércio até a Praça dos Martírios – começar. Além disso, tablados foram montados e grupos se apresentaram no comércio durante toda a tarde.
O coordenador de Políticas Culturais da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), Amaurício de Jesus, ressaltou também o caráter de resistência do movimento, para que nunca mais aconteçam novos episódios como o Quebra de Xangô.
Amaurício de Jesus explicou também que além da importância histórica da data, “é necessário aproveitar o momento para que os grupos e comunidades negras explicitem a demanda de um território periférico que é rico culturalmente, sejam em manifestações artísticas ou religiosas”, disse.
“Todos os grupos que estão aqui, participando do movimento e que irão mais tarde se apresentar ao final do cortejo, foram selecionados por meio de edital. Isso só mostra o quão capacitados eles estão para entrar no mercado cultural, se lhes forem dadas oportunidades”, concluiu.
O cortejo cultural do Xangô Rezado Alto contou com a participação dos grupos Afro Dendê, Maracatodos, Afojubá, Baianas do Ganga Zumba, Taieiras Alagoanas, Afro Zumbi, Afro Erê e Afro Afoxé.
Os grupos Afoxé Oba Agodô, Afoxé Oju Omin Omorewá, Afoxé Ofá Omin, Afoxé Odo Yá, Maracatu Raízes da Tradição e Afoxé Povo de Exu farão apresentações na Praça dos Martírios.
O evento cultural conta com o apoio de equipes do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió (SMTT) e Guarda Municipal.