“Que Tiro Foi Esse”: MP e polícias proíbem músicas que fazem apologia à violência

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Os municípios de Joaquim Gomes e Flexeiras, localizados na Zona da Mata de Alagoas, firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Estadual com o intuito de garantir a segurança dos foliões que estarão nas cidades durante os festejos carnavalescos. Entre as recomendações estão a proibição de músicas que façam apologia ao crime, a exemplo do hit do momento “Que Tiro Foi Esse”, da funkeira Jojo Todynho.

A preocupação do MPE e da Polícia Militar é que a coreografia da música – que pede para que as pessoas caiam no chão após o barulho de tiro – confunda os militares durante a festa e que possa causar sustos à população.

De acordo com o TAC, além da proibição de músicas que façam apologia ao crime, estão vetadas também as que discriminam mulheres, que contenham sexualidade explícita e que preguem qualquer outro tipo de violência. O MPE/AL recomendou também que as bebidas alcoólicas vendidas nessas cidades não sejam comercializadas em recipientes de vidro, para que evite que este material seja transformado em arma.

O TAC firmado também afirma que os “paredões de som” não poderão funcionar fora do horário determinado, que é das 15h às 16h. Após este horário, somente o som oficial do carnaval do município poderá funcionar até às 22h.

Pilar e Rio Largo

Visando evitar a violência, os municípios de Pilar e Rio Largo, localizados na região metropolitana de Maceió, também assinaram um TAC com o MPE/AL. Na primeira cidade, o carnaval oficial irá acontecer somente até às 18 horas e somente na terça-feira (13), a festa se estenderá até às 20h com os desfiles dos blocos tradicionais carnavalescos.

Já em Rio Largo não haverá carnaval oficial promovido pela prefeitura, somente blocos independentes, que poderão ficar nas ruas também até às 18 horas.

Em entrevista ao Alagoas 24 Horas, o secretário de Esporte, Lazer e Cultura da cidade, José Fábio dos Santos, informou que a prefeitura de Rio Largo pretendia realizar o carnaval oficial da cidade, mas após reunião com o MPE e o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), foi aconselhado que não se realizasse os festejos por causa da constante violência na cidade.

“Iríamos fazer o carnaval no centro da cidade, mas em uma reunião com o MPE e o comandante da PM, recebemos a sugestão para não fazer o índice de violência que está muito alto na cidade, um dos mais altos do Estado. Chegamos num consenso de que não era interessante fazer o carnaval porque poderíamos colocar em risco a integridade física de muitas pessoas. Infelizmente, na nossa cidade há núcleos de facções criminosas”, explicou.

O secretário informou ainda que os blocos da cidade poderão desfilar de 9h às 18h e que terão acompanhamento de ambulâncias, viaturas da Polícia Militar e da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) da cidade.

“Serão três blocos por dia. Cada bloco deverá desfilar sozinho na cidade. Não queremos dois blocos desfilando ao mesmo tempo, já que terão o acompanhamento de saúde e de segurança. Além disso, cada bloco irá desfilar por até quatro horas”, finalizou José Fábio.

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