Um estudante da Faculdade Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, vai responder por crime de injúria racial e racismo por ter tirado uma foto de um outro aluno da mesma instituição e compartilhado em um grupo de WhatsApp com a legenda: “Achei esse escravo no fumódromo! Quem for o dono avisa!”.
A vítima contou em um grupo da FGV no Facebook que foi chamado pela Coordenação de Administração Pública na última terça-feira (6) e informado sobre o post. O jovem registrou um boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial da Consolação, na região central da cidade, na quinta-feira (8). O autor da foto, um aluno do 4º semestre do curso de Administração de Empresas, foi suspenso da faculdade por 3 meses.
Na rede social, a vítima chamou o autor da foto de covarde e garantiu que ele pagará pelo que fez: “Tão perto de mim…porque não foi falar na minha cara? Mas você optou pela atitude covarde de tirar uma foto minha e jogar no grupo dos amiguinhos. Se seu intuito foi fazer uma piada, definitivamente você não tem esse dom. Acha que aqui não é lugar de preto? Saiba que muito antes de você pensar em prestar FGV eu já caminhava por esses corredores. Se você me conhecesse, não teria se atrevido. O que você fez além de imoral é crime! As providências legais já foram tomadas e você pagará pelos seus atos.”
“Não descansarei até você ser expulso dessa faculdade. Pessoas como você não devem e nem podem ter um diploma da Fundação Getulio Vargas. A mensagem é curta e direta. Mas serve para qualquer outrx racista da Fundação. Não passará!”
Em nota, a FGV afirma que repudia “toda forma de discriminação e preconceito” e que “aplicou severa punição ao ofensor”: “O comentário ofensivo foi feito em grupo privado do qual o ofensor fazia parte, sem qualquer participação, ainda que indireta, da FGV. Ante a possível conotação racista da ofensa, firme em sua postura de repúdio a toda forma de discriminação e preconceito, a FGV, tão logo tomou conhecimento dos fatos, tal qual prevê seu Código de Ética e Disciplina, de imediato aplicou severa punição ao ofensor, que foi suspenso de suas atividades curriculares por três meses, estando impedido de frequentar a escola, sem ressalva da adoção de medidas complementares, a partir da apuração dos fatos pelas autoridades competentes”, diz o texto.