Após desenhar um macaco para uma tarefa escolar sobre florestas tropicais, um aluno de 10 anos ouviu da professora o comentário: “Vejo que você fez um autorretrato”. Depois ela e outros estudantes riram. Isaiah Powis, porém, não achou graça alguma e, ofendido, voltou para casa chateado e triste. Ao saber do que aconteceu, a mãe dele pediu que a escola primária Lowfield, em Sheffield, no Reino Unido, investigasse o caso e tomasse as devidas providências.
Paulina Francis, de 33 anos, publicou nesta segunda-feira em seu perfil do Facebook o comunicado da escola sobre o ocorrido. Insatisfeita com as justificativas para a professora ter ofendido seu filho, ela continua a cobrar um posicionamento mais firme da instituição.
“Você pode até perdoar a criança por não saber a gravidade, mas ter uma professora comparando meu filho a um macaco é inacreditável”, frisou a mãe ao jornal britânico “Daily Mail”.
A escola explicou que, na manhã do incidente, no último dia 7, a aula estava sendo administrada pela professora Solinger, mas a tarefa havia sido passada pela professora Bridle. Um porta-voz da unidade afirmou que “leva a sério as reclamações e que o incidente foi investigado”.
“O grupo de Isiah estava produzindo um cartaz para aumentar a conscientização sobre as florestas tropicais – Miss Solinger não estava ciente do que essas ou algumas das atividades dos grupos eram, porque o foco dela estava na sessão de leitura”, afirmou a instituição no comunicado enviado a Paulina.
No entanto, de acordo com a mãe do menino, já estava escrito no trabalho que a imagem era referente a um macaco, que foi retratado como um dos animais das florestas.
“Estamos em 2018 agora e nós vivemos em um país multi-cultural. A professora é vista como uma pessoa de autoridade para essas crianças, então como ela estava rindo, fez com que os alunos rissem e chamassem o meu filho de macaco, porque eles pensaram que isso é aceitável”, afirmou Paulina.
A escola afirmou que a professora pediu desculpas por seu comentário dizendo: “Você sabe que não quero dizer isso”. Então a classe seguiu para a próxima lição.
Paulina disse que se mudou para o Reino Unido aos 12 anos para fugir de uma guerra civil em Serra Leoa, onde nasceu. Para ela, esse tipo de comentário não pode ser tratado como uma mera “piada”. A mãe de Isaiah considera essa atitude como algo inadmissível.
“Fiquei enojada pela pobre escolha de palavras da professora. As pessoas precisam perceber que usar essa palavra não é uma piada. Ouvi gente me dizendo para voltar ao meu país com o resto dos macacos. Minha filha também já foi chamada de macaco por outro estudante”, relatou Paulina.
“A professora disse que não poderia identificar o que era o desenho, mas por que diria que era uma autorretrato, se você não sabe? A maioria das pessoas teria dito: “Não posso dizer o que você desenhou, o que é Isaiah?’. Ela também me disse que pensou que era um urso. Se ela pensou que era um urso ou um macaco, essa não é a melhor maneira de descrever uma criança negra”.