Luis Lobianco foi atacado por um grupo de militantes, no último fim de semana, enquanto trabalhava na peça de teatro “Gisberta”, no Rio de Janeiro. O motivo? O bando alegou que o papel de protagonista do espetáculo deveria ser interpretado por uma transexual e não pelo ator, que é um homem cisgênero.
“Sou homossexual, militante das causas LGBT e tomei cuidado porque sei como é delicada a questão da representatividade. Mas não teve jeito. Elas xingaram de transfóbicas até minhas amigas trans que foram à peça. Montaram um velório na porta do Rival, com vela e saco preto. Me xingaram de criminoso e levaram até um cartaz da Marielle para criar um antagonismo com o assassino dela. Isso é ódio, fascismo”, declarou ao jornal “O Globo”.
O famoso, inclusive, tentou apaziguar a situação, mas não teve sucesso. “Ofereci o palco e um debate. Não quiseram. Disseram que eu, homem cis, não deveria pautar o diálogo. Houve manifestação e, no fim da peça, tiraram a roupa e continuaram me xingando. Tive que sair pelos fundos do teatro”, relatou.
O artista precisou ser amparado por seus conhecidos e ressaltou estar bastante chateado com a situação. “Muito triste. Cheguei a ter crise de pânico, fiquei paranoico. Foi terrível. Pensei em desistir, mas meu marido e amigos me ajudaram”, lamentou.
Luis Lobianco, para quem não sabe, ganhou destaque no humorístico “Porta dos Fundos”, no YouTube. “A peça me transformou. Eu era o youtuber do humor. Hoje faço teatro político”, avaliou.
A peça “Gisberta”, para quem não sabe, retrata a história de uma transexual torturada e assassinada por 14 rapazes menores de idade, em Portugal. O caso aconteceu em 2006.