Foram soltos neste sábado (31) em São Paulo nove presos na Operação Skala. A libertação se deu após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os presos estavam dois amigos do presidente Michel Temer – o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República, e João Baptista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo.
Nove dos presos estavam desde quinta-feira (29) na sede da PF em São Paulo (veja a relação abaixo) e uma no Rio, Celina Torrealba.
Deixaram às 23h50 deste sábado a prisão na sede da PF em São Paulo após o ministro Barroso expedir o alvará de soltura:
- José Yunes, advogado, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer;
- Antônio Celso Grecco, empresário, dono da empresa Rodrimar;
- João Batista Lima, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo e amigo de Temer;
- Wagner Rossi, ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp;
- Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi;
- Eduardo Luiz de Brito Neves, proprietário da MHA Engenharia;
- Maria Eloisa Adensohn Brito Neves, sócia nas empresas MHA Engenharia e Argeplan;
- Carlos Alberto Costa, sócio fundador da Argeplan e ex-sócio da AF Consult Brasil;
- Carlos Alberto Costa Filho, sócio da AF Consult Brasil
Os presos em São Paulo saíram juntos. Eles abriram mão de fazer o exame de corpo de delito para poderem ser liberados mais rapidamente. O único a falar com a imprensa foi o ex-deputado e ex-ministro Wagner Rossi.
“Apenas confirmar o que eu falei na entrada, que não tinha nada a ver comigo, isso foi confirmado e eu agradeço pela presteza com que o ministro Barroso liberou a todos nós”, afirmou o ex-ministro.
A operação foi deflagrada dentro do inquérito que investiga se empresas do setor portuário, em especial a Rodrimar, pagaram propina para serem beneficiadas com um decreto presidencial assinado por Temer. O presidente nega qualquer irregularidade no decreto.
As prisões temporárias dos alvos da operação terminariam na próxima segunda-feira (2), mas, já neste sábado, a Procuradoria Geral da República enviou a Barroso um pedido para que as prisões fossem revogadas.
No pedido, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que o objetivo das prisões, de instruir as investigações em curso, já havia sido cumprido.
Ela explicou no pedido que todos os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos, exceto as prisões de três sócios do Grupo Libra – Rodrigo Borges Torrealba, Ana Carolina Borges Torrealba Affonso e Gonçalo Borges Torrealba –, que estavam no exterior, “mas dispostos a se apresentarem à autoridade policial tão logo retornem”.
“Desse modo, tendo as medidas de natureza cautelar alcançado sua finalidade, não subsiste fundamento legal para a manutenção das medidas, impondo-se o acolhimento da manifestação da Procuradoria-Geral da República. […] Revogo as prisões temporárias decretadas nestes autos. Expeçam-se, com urgência, os respectivos alvarás para que se possa proceder à imediata soltura”, disse Barroso na decisão.
Operação Skala
A operação que levou à prisão amigos de Temer, empresários e um ex-ministro foi deflagrada pela Polícia Federal na última quinta (29).
Entre sexta e sábado, a PF colheu o depoimento de todos os presos, com a presença de procuradores da República que atuam na Secretaria da Função Penal Originária no Supremo Tribunal Federal (STF), estrutura da PGR responsável pelos inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado.