Um peixe-boi marinho foi encontrado gravemente ferido, após ser atropelado no mar por uma embarcação motorizada, na praia de Mangue Seco, no município de Jandaíra, litoral norte da Bahia, de acordo com a Fundação Mamíferos Aquáticos.
O animal é acompanhado por uma equipe que pretende fazer a retirada da água, para dar o tratamento adequado. A espécie tem risco de extinção.
Ele foi localizado no dia 23 de março pelo Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, da Fundação Mamíferos Aquáticos, e pelo Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP).
O animal foi chamado de “Astro” e apresenta vários cortes causados pelo choque com a embarcação. A data e autoria do acidente não foi identificada.
De acordo com a fundação, as lesões presentes no corpo do “Astro” são características “evidentes” do atropelamento por embarcações motorizadas, já que são perceptíveis as marcas ocasionadas por casco e por hélice.
Uma força-tarefa foi mobilizada com cerca de 18 profissionais, entre médicos veterinários, biólogos, ecólogos e técnicos de campo, com a missão de realizar a captura do animal, para então fazer uma avaliação minuciosa dos ferimentos existentes e o tratamento. Depois, o peixe-boi receberá um equipamento de monitoramento via satélite, para que seja acompanhado.
Risco de extinção
O peixe-boi marinho está em risco de extinção no Brasil, e por conta disso, cada animal é considerado importante para a continuidade da espécie. Ele costuma utilizar o litoral sul de Sergipe e norte da Bahia como área de circulação.
Quando vive em ambiente conservado, o peixe-boi marinho pode alcançar em média de 50 a 60 anos, chegando a ter aproximadamente 4 metros e a pesar em torno de 500 kg. No entanto, impactos ambientais provocados pelo homem representam ameaça à espécie.
Além da circulação de embarcações motorizadas que pode causar atropelamento, os animais são prejudicados pelo lixo, esgoto e substâncias tóxicas lançadas nos mares e nos rios; degradação dos manguezais; construções desordenadas em praias e captura acidental em redes de pesca.
O animal é herbívoro, se alimenta de algas, capim-agulha, folhas de mangue, entre outras plantas marinhas. O peixe-boi marinho é extremamente dócil, mas não deve ser tocado e nem domesticado pelos seres humanos.
Ele tem características distintas quanto à procriação. Uma fêmea tem uma gestação que dura 13 meses e passa cerca de dois anos amamentando o filhote. Sendo assim, é preciso três a quatro anos para gerar uma nova vida, o que torna mais delicado o trabalho de conservação da espécie.