Candidatos a presidente em 2014, Dilma Rousseff e Aécio Neves devem disputar a preferência do eleitorado mineiro e reeditar o confronto nas urnas nas eleições de outubro. Isso porque, desde que transferiu seu domicílio eleitoral de Porto Alegre para Belo Horizonte, a ex-presidente da República aumentou os rumores de que buscará uma vaga ao Senado Federal por Minas Gerais.
A mudança do título da capital gaúcha para a mineira ocorreu no último dia do prazo para a alteração de domicílio e foi motivada, segundo a petista, pelo fato de sua mãe morar em Belo Horizonte e precisar, constantemente, de se deslocar de sua residência para hospitais para tratamento médico.
Ela não confirmou se concorrerá a algum cargo eletivo, mas garantiu que participaria ativamente das eleições deste ano.
Dilma esteve na sexta-feira (6) na sede do Tribunal Regional Eleitoral acompanhada pelo governador Fernando Pimentel, maior entusiasta de sua candidatura, e foi recebida com flores por correligionários na instituição, no entanto, tão logo a mudança do domicílio foi confirmada, começaram as primeiras investidas de seus adversários e até de aliados.
O PSDB, que ocupa duas das três cadeiras no Senado chegou a emitir uma nota na qual considera a transferência do domicílio como sendo um “plano B para ressuscitar do ostracismo em que se encontrava”.
A nota é assinada pelo presidente do PSDB em Minas Gerais e deputado federal, Domingos Sávio e pelo líder da minoria na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Gustavo Valadares.
São senadores por Minas Gerais, além de Aécio Neves, Antônio Anastasia e Zezé Perrela, este último do MDB, mas ligado a Neves.
A ligação entre Zezé Perrela e Aécio Neves é tão íntima que um dos assessores de Perrela foi preso numa operação na Polícia Federal que investigou o pagamento de propina do dono do grupo JBS, Joesley Batista a Neves. Parte dos R$ 2 milhões em dinheiro oferecido pelo empresário estava com o assessor de Perrela.
Dilma venceu Aécio em Minas Gerais em 2014
O posicionamento do PSDB, principal adversário político do PT, se justifica pelo fato de Dilma Rousseff ter sido a candidata a presidência da República mais votada em Minas Gerais em 2014, até então, reduto histórico dos tucanos. Dilma Rousseff teve 5.979.422 votos enquanto que Aécio Neves foi escolhido por 5.428.821 eleitores mineiros.
Além de vencer Aécio com uma diferença de quase meio milhão de votos o PT ainda conseguiu eleger o governador Fernando Pimentel em primeiro turno. Na ocasião o candidato tucano foi o ex-deputado federal Pimenta da Veiga.
Câmara Federal ou Assembleia Legislativa
Partidos da base aliada como o MDB, PCdoB também não teriam recebido a notícia da candidatura de Dilma ao Senado. As duas siglas tem pré-candidatos a senadores e, por isso, acreditam que seriam prejudicados pela ex-presidenta.
Como a movimentação da ex-presidenta nas eleições em Minas Gerais para concorrer ao Senado contraria a aliados e adversários pelos mais variados motivos, a candidatura da petista pode encontrar menos turbulência se decidir tentar uma vaga na Câmara Federal ou até na Assembleia Legislativa.
Nenhuma opção é descartada ainda mais quando o motivo da transferência é ajudar a mãe – que tem 94 anos – e precisa fazer exames médicos com frequência. As viagens a Brasília, caso eleita para o Congresso (Senado ou Câmara dos Deputados) dificultaria na atenção que deseja dar à mãe.
Atualmente o PT ocupa nove das 77 cadeiras na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na Câmara dos Deputados os petistas tem 10 das 53 vagas do Estado.
A definição para qual cargo deve concorrer deve acontecer até o dia 5 de agosto, prazo final estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral para a realização das convenções partidárias. É na convenção que devem ser decididos todos os candidatos a deputados estaduais, federais, governador, vice-governador, presidente e vice-presidente da República.
O requerimento de registro de candidatura deve ser feito até o dia 15 de agosto e o julgamento dos registros pela Justiça Eleitoral será divulgado até o dia 17 de setembro.