Notícia sobre mortes provocadas pelo vírus H2N3 é falsa

Circula no WhatsApp um áudio de alerta sobre o H2N3, um vírus mortal e que a OMS não quer que seja divulgado para a população não se alarmar. Não é verdade.

A mensagem diz que se trata de uma variação do influenza A H1N1, que causa rapidamente a morte de quem é infectado. Ela afirma ainda que a vacina da gripe não oferece proteção contra a doença e que em Goiás, além de mortes registradas, mais de 70 casos estão sob investigação. O áudio tem sido compartilhado com a informação de que um casal morreu em Rio Claro (SP) infectado por essa mutação do vírus.

Não há informações sobre a circulação do vírus H2N3. Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, na verdade, em 2017 houve a circulação do vírus influenza A H3N2 no país. Além disso, o casal que morreu em Rio Claro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foi infectado pelo H1N1. O resultado foi obtido por exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz. Outros dois casos suspeitos ainda são investigados na cidade. Em Goiânia, as mortes também são em decorrência do H1N1.

A inexistência da circulação do H2N3 foi confirmada pelo Ministério da Saúde. Os vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil são o influenza A/H1N1pdm09, A/H3N2 e influenza B.

ReproduçãoMensagem de whatsapp

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Já foram registrados 286 casos de influenza em todo o país, sendo 62 em Goiás. No período, ocorreram 41 mortes, sendo 9 no mesmo estado. “É provável que essas informações tenham sido misturadas de maneira equivocada, causando a disseminação de boato sobre casos da doença no estado”, diz o órgão.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que se mantém vigilante quanto à circulação de vírus influenza no Brasil. “O país possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da influenza, distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades federadas, que monitoram a circulação do vírus influenza por meio de casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG). As ações de prevenção e controle da influenza são desenvolvidas em conjunto nas três esferas de governo. Para a sazonalidade de 2018 a pasta já está se organizando com a rede laboratorial para o diagnóstico, com a campanha de vacinação, distribuição de medicamentos e também o monitoramento epidemiológico dos casos e óbitos por influenza em todo território nacional.”

Segundo o ministério, “é importante ressaltar que a vacinação é uma das estratégias mais importantes para redução de casos graves e óbitos por influenza”. “Outro ponto é o uso oportuno do medicamento, logo após o início dos sintomas.”

Segundo o infectologista Alberto Chebabo, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, a nomenclatura é uma invenção apenas faz surgir pânico entre as pessoas.

“O vírus que existe é o H3N2. Certamente esse boato tem alguma relação com o surto de gripe que ocorreu nos Estados Unidos recentemente. Por lá, a vacina, que é modificada anualmente, não previu a mutação do vírus, e várias pessoas acabaram infectadas. Aqui no Brasil, porém, a vacina disponível já contempla a proteção para essa mutação.”

Os principais sintomas da gripe H3N2 são febre alta, coriza, dores no corpo e tosse seca. O quadro pode ser agressivo em idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. A vacinação é uma das principais defesas contra o vírus. A previsão é de que a campanha nacional de vacinação comece na segunda quinzena de abril.

Fonte: G1

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