A cantora e compositora baiana Juliana Ribeiro denunciou nesta segunda-feira (23) uma situação de discriminação que sofreu no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) ao fazer seu recadastramento biométrico. A artista estava com um torso e foi inicialmente impedida de fazer a foto necessária para o processo. “Fui fazer o recadastramento biométrico semana passada. Dei bom dia a todos na sala, e o funcionário me vem com essa: – Bom dia. A senhora pode tirar o torço? Pensei comigo ‘de novo esta história de racismo institucional disfarçado de ‘lei’?’. Respirei fundo, sorri sarcasticamente é claro, e respondi sorrindo: – Não, não posso”, respondeu.
Ela diz que o funcionário insistiu afirmando que a lei determinava que ela retirasse o adereço. “Que lei meu senhor? Me fale ai pra gente discutir melhor isso ( nessa hora ele me olhou, ficou sem graça e falou:) – É que eu tô SEM A LEI AQUI… – Ah, sei…. Meu senhor, pela designação federal para documentos, o rosto precisa estar a vista, sem cobrir olhos ou testa. Meu torço ainda ajuda neste sentido pois retira meu cabelo da face”, continuou a artista.
Juliana conta então que foi reconhecida por duas funcionárias do local que informaram que ela não precisa tirar o torso. “Sim, sei disso, mas parece que seu colega não está informado sobre isso”, respondeu ela. “O funcionário não deu mais uma palavra. Fez a minha biometria com a cara emburrada e concluiu meu atendimento. Saí de lá fina, dando tchauzinho para as funcionárias e deixei ele e o racismo dele colocados no devido lugar! Será que não dá para se instruir melhor, ao invés de ficar reproduzindo atitudes preconceituosas? Cansada desses racismos institucionais e cotidianos”, finalizou.