Foco, força e fé. Foram com essas três palavras que o atleta Marcos Antonio Pereira se superou e conseguiu conquistar, três vezes, o lugar mais alto do pódio da II Copa Brasil ASPA de Atletismo Master. O campeonato aconteceu, em João Pessoa, na Paraíba, entre a sexta-feira (27) e o domingo (29).
A história do atleta poderia ser comum dentre todos os outros que participaram do campeonato, se não fosse pelo fato dele ter trocado o treino pelas drogas durante muito tempo.
Marcos Antonio, hoje com 30 anos, há alguns anos viu tudo se perder quando entrou para o mundo das drogas. “Eu tive todas as oportunidades possíveis. Visitei todos os estados do Brasil e mais três países. Eu era um atleta de nível alto, talvez uma das grandes apostas do atletismo em Alagoas. Deixei tudo escapar pelas minhas mãos, ao não perceber que as drogas estavam tomando conta de mim”, contou emocionado.
Segundo o atleta, o crack o levou para o fundo do poço, afastando ele do esporte, dos amigos e até mesmo da família. “Foi quando eu me vi no desespero e decidi procurar ajuda. Encontrei na Rede Acolhe a oportunidade de me recuperar e superar tudo o que eu estava passando. Era a única certeza de que eu iria conseguir a vida que eu tinha de volta”, declarou.
Seis meses após deixar uma das 37 comunidades acolhedoras, Marcos Antonio voltou a treinar atletismo e a ver os seus sonhos voltarem a ser possíveis realidades. Hoje, figura entre os melhores atletas do Nordeste e conquistou mais três medalhas para Alagoas no campeonato nacional deste final de semana. Ele foi campeão das categorias 100 metros rasos, salto em distância e salto triplo.
Durante todo o processo de treinamento e de participação dele no campeonato, Marcos Antonio contou com o apoio da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), por meio do Programa de Reinserção Social e Produtiva. Ele é um dos muitos dependentes químicos recuperados que são acompanhados pelos Agentes da Paz.