Um crime considerado elucidado pela Polícia Civil de Alagoas pode sofrer uma grande reviravolta depois que a transcrição de uma conversa entre suspeitos vazou no final de semana, na cidade de Penedo. A PC disse, por meio da sua assessoria, que não irá se posicionar oficialmente nesse momento.
Roberta Costa Dias, 18 anos, desapareceu no dia 11 de abril de 2012, quando saiu de casa com destino ao posto de saúde da cidade, onde faria exame pré-natal. A jovem estava grávida de um colega de escola, cuja família não aceitava o relacionamento. A família da menina chegou a oferecer recompensa de R$ 5 mil para quem fornecesse informações que levassem ao seu paradeiro, mas seu corpo jamais foi localizado.
Após o desaparecimento de Roberta Dias, seu pai e seu avô foram executados. A polícia nunca estabeleceu se os crimes estavam relacionados. Em setembro de 2013, os delegados Ana Luiza Nogueira, Cícero Lima e Nilson Alcântara concederam entrevista coletiva à imprensa afirmando que os assassinos de Roberta Costa Dias, grávida no primeiro trimestre, seriam os policiais civis Gledson Oliveira da Silva, 33, Carlos Welber Freire Cardoso, 34, – então chefe de operações da delegacia- e Carlos Bráulio Lopes Idalino, 38 anos, este último parente daquela apontada como autora intelectual do crime, Mary Jane Araújo dos Santos, avó do bebê que Roberta levava no ventre. Mary Jane chegou a ser presa em novembro de 2013 acusada da autoria intelectual do crime e posteriormente foi solta mediante habeas corpus.
O documento ao qual a reportagem do Alagoas 24 horas teve acesso foi amplamente divulgado nas redes mídias sociais nº 264/2016 – SETC/SR/PF/AL traz mais de 15 minutos de conversa atribuída a K.B.P.T. e J.F.L Segundo o laudo, o áudio não é original e foi submetido à edição.
Na conversa há detalhes de que como um dos suspeitos confessa a um colega ter atraído a jovem e posteriormente matado ela por asfixia, com um fio. Uma das falas mais marcantes é quando o assassino diz que Roberta olhou para ele e disse ‘…tenha calma, eu tiro’, possivelmente se referindo ao bebê.
A transcrição traz, ainda, um trecho em que o suposto assassino afirma que o crime ocorreu em uma residência que estava sendo reformada na localidade conhecida como Santa Amélia. Na conversa, ele diz ainda que o corpo foi desovado próximo a Feliz Deserto, sem saber precisar exatamente onde devido às mudanças da maré.
Caso a Polícia Civil de Alagoas confirme e veracidade das transcrições e do conteúdo, o caso pode ter um novo desfecho. A reportagem pediu um posicionamento à polícia judiciária e aguarda uma resposta. Nenhum policial apontado como participante do crime foi expulso da Polícia Civil de Alagoas.
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