O delegado Leonardo Assunção se pronunciou nesta terça-feira (15), durante entrevista na Central de Flagrantes, no bairro do Farol, sobre a polêmica que envolveu seu nome e o nome de um oficial da Polícia Militar no final de semana.
Assunção comentou a grande repercussão que o caso ganhou após mensagens de cunho racista terem sido divulgadas e atribuídas ao tenente-coronel Rocha Lima, que nega a autoria. “Fiquei surpreso com a indignação, pois agi de acordo com a lei. Nós recebemos os prints de mensagens onde me chamavam, entre outras coisas, de negro imoral. Minha negritude não é problema nenhum, muito pelo contrário, é um orgulho. Acho que meu desempenho e minha autonomia de trabalho acabam incomodando muita gente”, disse.
O delegado falou que, junto à Polícia Civil, pediu a apuração das mensagens para que o culpado seja identificado e punido. “Algumas pessoas nesse episódio se excederam por uma indignação sem razão. Eu não estou acima da lei. Conversei com outras pessoas da área e não havia um caminho onde eu poderia ter agido diferente de como agi”.
Assunção fez questão de relembrar o caso e explicou a atitude de soltar suspeitos que foram levados à Central de Flagrantes pela Polícia Militar após ser achado um rifle dentro de uma propriedade. “Os policiais trouxeram dois suspeitos, que, de acordo com a justiça, eu não poderia ter tomado outra atitude. Uma suspeita tinha 17 anos e o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que na prática de ato infracional sem violência, ela não pode ficar apreendida. O outro solto foi um rapaz que estava sentado na frente da casa dela do outro lado da rua, e não tínhamos nenhuma prova contra ele”, explicou.
Quando perguntando se teria feito algo diferente, o delegado afirmou que “agiu totalmente dentro da lei e qualquer atitude diferente da que foi tomada poderia fazê-lo ser responsabilizado por excesso”.
Em nota divulgada no último sábado (12), o Sindicato da Polícia Civil de Alagoas (Sindpol) lamentou o ocorrido, afirmando que “este tipo de acontecimento acaba desunindo as Polícias Civil e Militar, terminando por fortalecer a criminalidade”.
Comissão vai apurar o caso
“O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, definiu, nesta terça-feira (15), que uma comissão composta pelos delegados Fabricio Nascimento e Marcos Lins irá instaurar procedimento investigatório com a finalidade de apurar o fato ocorrido na Central de Flagrantes 1, no dia 10, envolvendo o delegado plantonista e um membro da Polícia Militar. A portaria designando a comissão deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), desta quarta-feira (16).”