A professora aposentada Yvonne Mason, de 61 anos, passou os últimos 17 anos em salas de aula ensinando inglês para alunos do ensino fundamental e médio. No início do mês, precisou retomar a prática de correção de redação após receber uma carta da Casa Branca, assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
— Eu nunca recebi uma carta com tantos erros bobos — comentou Yvonne, ao jornal “USA Today”. — Quando você recebe cartas do mais alto nível do governo, espera que elas sejam ao menos mecanicamente corretas. Se fosse escrita no ensino fundamental, eu daria uma nova C ou C-. Se fosse no ensino médio, eu daria um D.
Yvonne sabe que, provavelmente, o documento foi escrito por um funcionário do governo, apesar de ser assinado por Trump. Datada no dia 3 de maio, a carta é resposta a um questionamento apresentado pela professora, que pediu que o presidente visitasse a família de cada uma das 17 vítimas do tiroteio na Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida.
O texto apresentava erros de redundância, falta de clareza e, principalmente, uso indevido de maiúsculas. Repetidamente, as palavras “nação”, “federal”, “presidente” e “estado” foram grafadas dessa forma.
“’Federal’ começa com maiúscula apenas quando parte de um nome próprio, como uma agência”, escreveu Yvonne na carta, com caneta de tinta roxa, pois o uso do vermelho é desencorajado por educadores. Com as correções, ela foi devolvida para a Casa Branca.
Defensora da escrita clara e precisa, a professora sugere que o autor da carta, seja Trump ou um assessor, visite o site “plainlanguage.gov”, criado para que funcionários do governo escrevam documentos com clareza. Yvonne contou que sempre enfatizou que seus alunos precisavam de fortes habilidades em comunicação para participação na democracia americana.
— A linguagem é a moeda do poder