O jovem que foi atacado por um tubarão, no domingo (3), na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, morreu nesta segunda-feira (4), no Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central da capital pernambucana. José Ernestor Ferreira da Silva chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. Esta será 25ª morte a entrar na lista do comitê estadual (Cemit), que monitora incidentes deste tipo de 1992.
De acordo com o HR, o óbito ocorreu às 4h05. A informação da assessoria de imprensa é de que José Ernestor deixou o bloco cirúrgico por volta das 21h30 do domingo, após amputar a perna esquerda e parte da genitália. O jovem ainda seguiu para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O ataque ocorreu às 16h36 de domingo (3), na frente da igrejinha de Piedade, área considerada pelos bombeiros uma das mais perigosas na orla.
Após ser retirado da água, José Ernestor foi socorrido pelos Bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Primeiro, ele seguiu para o Hospital da Aeronáutica, também em Piedade. Em seguida, teve que ser transferido para o HR.
O jovem sofreu duas paradas cardíacas antes de ser submetido a uma cirurgia. Segundo o médico do Samu responsável pelos primeiros socorros, Wagner Monteiro, a mordida atingiu o fêmur da perna esquerda e parte do pênis do paciente.
No HR, o rapaz passou por um procedimento de pouco mais de três horas, na noite de domingo. Os médicos tiveram que amputar a perna esquerda para conter o sangramento.
Os pais de José Ernestor estiveram na unidade de saúde. Abalados, eles afirmaram que o rapaz saiu de casa para ir para a praia sem avisar.
Caso recente
O incidente ocorreu na mesma área em que um homem de 34 anos havia sido mordido por um tubarão em abril deste ano. Pablo Diego Inácio de Melo, natural do Rio Grande do Norte, teve os membros do lado direito do corpo amputados após o incidente.
Segundo o oficial de operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas, com água na altura da cintura, quando foi mordido. Após perícias, o Cemit confirmou que o homem foi mordido por um tubarão.
Os médicos chegaram a afrimar que o estado de Pablo era gravíssimo e que havia risco de morte. Após passar a respirar sem a ajuda de aparelhos, Pablo Diego conversou com a mãe no hospital. Ela disse que o filho contou que lutou com o tubarão ao ser atacado.
O caso de Pablo foi o 64º incidente com tubarão contabilizado pelo Cemit. Em nota divulgada na época, o órgão apontou que o incidente foi “presumivelmente provocado por tubarão tigre”. No mesmo período, ocorreram 24 mortes.
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Depoimento
Em entrevista à TV Globo, o potiguar Pablo Diego Inácio de Melo afirmou que havia tirado o domingo de folga e estava jogando futebol na praia com alguns amigos. Antes de ir para casa, eles foram mergulhar no mar para tirar a areia do corpo.
O banhista também afirmou que estava numa área rasa, com água na cintura, e achou que o tubarão era um amigo brincando com ele. Pablo Diego também relatou ter acordado no dia seguinte achando que o ocorrido tinha sido um pesadelo.