Campeãs mundiais em 2010 e 2014, Espanha e Alemanha podem servir de inspiração para a seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia. A base das equipes era formada por jogadores de Barcelona e Bayern de Munique, times que, na época, eram comandados por Pep Guardiola. Desta vez, Brasil e Inglaterra são os países com mais atletas convocados da equipe do treinador do Manchester City.
Dos 23 convocados por Tite para a Copa, quatro jogam no clube inglês: o goleiro Ederson, o lateral Danilo, o meio-campista Fernandinho e o atacante Gabriel Jesus. Destes, Danilo e Jesus serão titulares titulares no amistoso de domingo (10), contra a Áustria. Fernandinho disputa posição com Willian e Ederson é reserva de Alisson no gol.
Espanha, em 2010, e Alemanha, em 2014, tinham sete jogadores que trabalhavam com o treinador no ano do Mundial entre os 23 convocados.
A seleção espanhola, que era comandada por Vicente del Bosque, contava com Piqué, Puyol, Iniesta, Xavi, Busquets e Pedro. Todos foram titulares na final contra a Holanda. Além deles, o goleiro Victor Valdés, reserva de Casillas, estava entre os convocados.
Já a Alemanha comandada por Joachim Löw contava com Neuer, Boateng, Schweinsteiger, Müller, Lahm, Toni Kroos em campo na decisão contra a Argentina. Além deles, o time tinha Götze, que começou na reserva e entrou na etapa complementar para marcar o gol do título na prorrogação.
“Acho muito importante para o meu estilo jogar em uma equipe onde o padrão de movimentação é mais ou menos o mesmo. Você sabe onde seus companheiros vão estar durante o jogo”, afirmou o lateral direito Danilo, substituto de Daniel Alves no time de Tite.
“Acho importante ter quatro jogadores do mesmo time na seleção. O padrão de jogo melhora. Mas os outros jogadores também são de equipes grandes, com padrão parecido”, completou o jogador do Manchester City.
Assim como Tite, Vicente del Bosque e Löw usaram estilos e táticas de jogo similares ao que Guardiola empregava nos seus tempos de Barcelona e Bayern de Munique. Em 2010, os espanhóis ficaram conhecidos pelo tiki-taka -estratégia de manter a posse de bola com troca de passes curtos e movimentação, também empregada pelo então treinador do Barcelona.
Já na Copa do Mundo de 2014, a Alemanha usou o lateral direito Philipp Lahm no meio de campo, uma invenção que Guardiola implementou quando comandou o jogador no Bayern de Munique. A seleção brasileira também usa táticas semelhantes às do hoje treinador do Manchester City. Assim com o clube inglês, a seleção brasileira busca manter mais a posse de bola que seus adversários e costuma ser escalada no esquema 4-1-4-1, com algumas variações.
Tite já conversou com o treinador espanhol, inclusive, sobre o posicionamento do volante Fernandinho.”Tivemos uma reunião no [Manchester] City com o Pep [Guardiola] e toda sua comissão técnica. A forma como nos receberam, desprovidos de segurar informações, foi muito legal”, afirmou Edu Gaspar, coordenador de seleções da CBF em dezembro do ano passado.
“Entre ele e o Tite é outra pegada, ficaram um tempão juntos. Eles não se conheciam, mas pareciam amigos. A forma de nos receber e de conversar nos deixou encantados”, completou o dirigente. Em entrevista coletiva, Fernandinho disse que melhorou muito o seu futebol com o treinador espanhol.
“É um privilégio [trabalhar com com os técnicos Guardiola e Tite] porque você vê o futebol de uma maneira diferente. Ele tem ideias e conceitos, preza muito por certas coisas que ajudam a melhorar mais e mais o jogo do time e do jogador. Em dois anos com ele melhorei de maneira considerável. Com o Tite, tem um estilo um pouco diferente, mas conceitos parecidos também, aprendi muito com ele. Espero que possa retribuir tudo o que aprendi em campo, assim como no City, sendo campeão esse ano, e agora na Copa do Mundo”.