Imprensa Oficial Graciliano Ramos lança livro Receitas das Alagoas, de Nide Lins

Lançamento do livro Receitas das Alagoas ocorre nesta segunda-feira (25), às 18h, no jardim do Palácio República dos Palmares

A Imprensa Oficial Graciliano Ramos publica, nesta segunda-feira (25), o livro Receitas das Alagoas, da jornalista e blogueira gastronômica Nide Lins, reunindo mais de 50 receitas para os apreciadores da comida alagoana. A obra será lançada às 18h, no jardim do Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió.

Após publicar duas edições do Guia da Gastronomia Popular Alagoana, onde faz indicações de botecos locais, chegou a vez de Nide Lins lançar seu primeiro livro de receitas – que também é o primeiro a reunir as receitas de Alagoas. O novo projeto reúne pratos das cozinhas de chefs, botecos, rua e tradições, tendo como eixo principal o uso de ingredientes tipicamente alagoanos.

“Convidei primeiro os chefs e, depois, ampliei o leque para as cozinhas de boteco, de rua e de tradição. A única exigência é usar ingredientes das Alagoas, como pescados, coentro, coco, cominho e por aí vai… Tem gente nova pouco conhecida do grande público que, literalmente, coloca a cozinha pelo avesso. Em outras receitas, a simplicidade encanta, como o pato com pirão que não leva tomate, pimentão e cebola, apenas sal e cominho”, destacou.

De acordo com Nide, para escrever as receitas da cozinha de rua, de tradição e dos botecos, em suas visitas aos lugares, levava balança, copo e xícara, para anotar as medidas que não têm registro, que a quantidade está na memória. Para ela, o resultado foram aulas de como os mestres da cozinha popular preparam suas delícias. “Aprendi que panela de pressão não é bem-vinda. No Tonho, por exemplo, tive lições de como tirar a espinha do peixe e deixar o pescado inteiro e aberto, para rechear e costurar a tilápia como se fosse uma cirurgia. E quem imagina que cozinha é um glamour está errado, lidar com a cozinha é para os fortes”, disse.

Sobre a seleção das receitas do seu livro, garante que todas já passaram por seu crivo e que não tem preferências dentre elas. Cada uma possui sua história e uma lembrança afetiva. “Claro, o Caruru da Dona Nia, minha mãe, é do meu coração, porque a família ficava esperando a Semana Santa para devorar a iguaria de origem baiana, mas a minha mãe modificou para adaptar à realidade dos costumes alagoanos. Devo à minha mãe e ao meu pai o conhecimento puro da cozinha de sítio, do frescor, onde se temperava com a paixão da matriarca que adorava ver a gente comer feliz”, lembrou.

Nide também dispara: “Não sou pesquisadora, nem estudiosa, sou gulosa e curiosa. Os segredos da terra reúnem as minhas lembranças afetivas com os ingredientes de Alagoas. As viagens até o mercado para comprar e vivenciar o universo dos comerciantes, como seu Deda da manteiga, são outros itens que compõem essa experiência”.

Memória cultural

O livro reúne várias cozinhas, divididas entre os segmentos de boteco, de chef, de rua e de tradição, carregando o nome das Alagoas, com identidade própria nas panelas e a criatividade de sua gente. Com iguarias tradicionais, ao mesmo tempo inovadoras para todas as ocasiões, algumas receitas são registros históricos de comidas indígenas, como a tanajura e a maniçoba, de Porto Calvo.

“Essas receitas agora estão registradas e podem inspirar as novas gerações de chefs. São histórias contadas, agora escritas, como a do Cléo, Cleonisson Alves, onde o sururu grudado na lama era vendido pelas ruas, no carrinho. Hoje o sururu já vem sem casca e sem lama, mas tirá-la era a diversão da família de Cleo, assim como lavar, escaldar e cozinhar na casca, sem falar no caldo que dava o delicioso pirão do chamado Sururu de Capote, a nossa receita mais alagoana de todas”, concluiu Nide.

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