OMS classifica obsessão por videogames como problema de saúde mental

G1

Muitos pais se desesperam com seus filhos adolescentes que passam o dia – e/ou boa parte da noite- com os olhos grudados em uma tela eletrônica, os dedos rápidos correndo pelas teclas ou botões, absorvidos em uma dimensão virtual, jogando sem querer pensar em parar e sem ouvir os insistentes pedidos ou apelos para que parem.

Necessidades básicas como comer, ir ao banheiro, sair para socializar presencialmente com alguém ou se distrair com outras atividades ficam dificultadas ou impossibilitadas ante a obsessão em jogar.
Pois é. Esse comportamento tem o nome em inglês de “Game Disorder” e acaba de ser incluído, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) , na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID), como um problema de saúde mental.

Os jogos eletrônicos são feitos com o intuito de promover momentos de descontração e laser. Há jogos para todas as idades, geralmente com este objetivo. No entanto, há os que exageram e passam muito tempo na frente das telas.

Como saber quais são os limites toleráveis? Como identificar os que ultrapassam estes limites e podem ser classificados e considerados com “game disorder”?

Não há exames laboratoriais ou de imagem que apontem quais crianças, adolescentes ou adultos são portadores desta condição.

O diagnóstico, portanto, é essencialmente clínico e observacional e os sinais, segundo a OMS, são os seguintes:
Jogar de forma persistente, com um padrão de recorrência e intensidade de tempo que interferem negativamente na execução de atividades diárias como ir à escola, dormir, estudar ou socializar-se com a família ou amigos, por exemplo.
Este padrão de comportamento deve ser severo o suficiente para comprometer os relacionamentos pessoais, sociais, familiares, educacionais ou ocupacionais.
A duração destes “sinais” deve ser evidente por pelo menos 12 meses.
Para que uma pessoa seja “diagnosticada” com “game disorder” ou “obsessão por games” é necessário que cumpra todos os critérios acima.

Por isso, a própria OMS acredita que, no mundo, apenas algo em torno de 3% dos que jogam com frequência têm, de fato, obsessão por games.

Identificar e ajudar pessoas com “game disorder” ou “obsessão por games” é importante e necessário, posto que este comportamento pode comprometer a saúde mental não só das pessoas acometidas, mas também de suas famílias e/ou núcleos sociais.

A identificação destas pessoas permite que abordagens terapêuticas especializadas sejam indicadas para promover mais saúde com qualidade de vida para todos os envolvidos.

Equilíbrio. Esta é a palavra mágica que deve nos acompanhar pela vida.

Fonte: Bem Estar

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