O casal norte-americano Lauren Geoghegan e Jay Austin, ambos com 29 anos, faziam parte do grupo de ciclistas que foi morto em um ataque do autodenominado Estado Islâmico.
O casal, natural de Washington, tinha pedido demissão dos seus empregos há um ano para dar a volta ao mundo de bicicleta. A viagem era registrada no blog ‘Simply Cycling’.
No último ano, os dois compartilharam também no Instagram as histórias dos variados destinos por onde passavam. Antes do Tajiquistão, onde foram assassinados, tinham passado pelo Quirguistão, Cazaquistão, Turquia, Grécia, Macedônia, Kosovo, Albânia, Montenegro, Bósnia, entre outros.
O casal usava a internet para relatar imprevistos e também histórias de solidariedade, de surpresa e de bondade, que nasceram dos contatos que faziam com as pessoas pelos quais cruzaram. Em algumas publicações no blog, Lauren e Jay chegaram a escrever que as suas experiências os fez questionar o conceito de maldade.
“O mal é um conceito fictício que inventamos para lidar com as complexidades dos outros seres humanos, que têm valores, crenças e perspectivas diferentes das nossas… Os humanos são bondosos. Egoístas, às vezes, míopes, às vezes, mas bondosos. Generosos e maravilhosos e bondosos”, escreveu Jay Austin.
No dia 29 de julho, quando passavam uns dias da marca de um ano na estrada, o casal pedalava com um grupo de outros turistas no distrito de Danghara, no Tajiquistão, quando foram surpreendidos por um grupo que seria alegadamente ligado ao grupo terrorista Estado Islâmico.
O momento foi filmado pelos atacantes, de acordo com as autoridades locais. A van onde o grupo de homens seguia passou pelos ciclistas e deu ré, atropelando o grupo. Em seguida, os atacantes passam o carro por cima dos corpos.
Quatro ciclistas morreram e três ficaram feridos. Para além do casal norte-americano, morreram também um cidadão suíço e um holandês. O ministro do interior do Tajiquistão anunciou a detenção de um suspeito e a morte de dois outros, que “resistiram” às autoridades, assim como a apreensão do veículo utilizado no atropelamento.
Dois dias depois, o Estado Islâmico divulgou um vídeo onde mostrava os cinco homens que identificou como sendo os atacantes. Juravam, em frente a uma bandeira do grupo extremista, que iriam matar “todos os descrentes”.