8º Congresso Internacional do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação – Profnit promoveu mesa de encerramento das atividades na Casa da Indústria, discutindo o desafio Institucional de Promover a Inovação. A partir desta quinta (17), as atividades do 8º ProspectCT&I continuam na sede do Sebrae.
Tomaram parte na discussão o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). O debate foi moderado pelo doutor Luis Afonso Bermudez, Conselheiro do Sebrae do Distrito Federal.
José Ricardo de Santana, diretor de cooperação institucional do CNPq, apresentou indicadores na área de CT&I, destacando o índice de complexidade econômica do Brasil, que ainda demonstra uma exportação voltada a produtos primários, como minerais e alimentos, e importação de produtos industrializados.
“Temos o desafio de trabalhar a agregação de valor na pauta da economia brasileira”, aponta o economista.Segundo os dados expostos, em 2018, o país subiu quatro posições no índice internacional de inovação, chegando a 65º lugar. Em volume de pesquisa produzido no mundo, no entanto, o Brasil ocupa o 13º lugar, porém, o fator de impacto internacional desta produção de conhecimento ainda está bem abaixo do que a sua quantidade poderia sugerir.
“Ainda não conseguimos refletir isso em riqueza”, continua o economista. “As médias de impacto do Brasil sobem quando há cooperação internacional, em ciência, e colaboração com empresas, no campo da inovação”.
Santana explica que o CNPq está priorizando projetos que “façam a diferença, avançando as fronteiras do conhecimento”, porém ressalta a necessidade de políticas públicas para induzir “um desdobramento interno das ações, em termos de desenvolvimento e de reduzir disparidades”.
Histórico
Contextualizando a questão, Fábio Guedes, economista e docente do Profnit, retoma a questão do modelo colonialista brasileiro, que manteve a indústria nacional sob termos proibitivos durante séculos, uma cultura com a qual o país ainda não conseguiu romper completamente:
“As maiores empresas internacionais que estão no Brasil não abrigam seus núcleos de inovação aqui, mas em termos institucionais estamos avançando muito, inclusive com o novo marco legal da CT&I”, pondera Guedes, referindo-se à legislação regulamentada em fevereiro de 2018 que otimiza os mecanismos para inovação no Brasil.
“Em termos de cultura, temos posicionado a CT&I como parte da solução, e não do problema. Neste sentido, a transparência é uma aliada porque permite que a sociedade conheça e defenda mais a política de ciência, tecnologia e inovação”, reflete o doutor em administração pública.
Educação para mudança
O professor Josealdo Tonholo, reitor do Profnit, explica que o programa de pós-graduação é ligado ao Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), e tem sido usado para disseminar uma cultura de inovação em rede nacional:
“O objetivo do Fortec é melhorar a competitividade das indústrias brasileiras, e otimizar a máquina pública e as organizações sociais para inovação. Até o fim de 2018, mil alunos em mais de vinte estados estarão sendo capacitados em propriedade intelectual, CT&I, empreendedorismo inovador e tecnologias sociais. O Profnit será o 3º maior programa de pós-graduação do país em número de alunos”, observa Tonholo.
Disseminação
Na programação internacional, o evento traz a Alagoas a reunião sobre internacionalização da temática, com a Cátedra Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa/Profnit. Os eventos paralelos ao 8º ProspeCT&I estendem-se até a próxima segunda (21). A programação está disponível em www.profnit.org.br.