Congresso de inovação em Maceió apresenta modelos de negócios sustentáveis

Oficina trouxe à Maceió as vias das grandes empresas na rota da sustentabilidade

Economia Circular. Simbiose Industrial. Capitalismo Natural. Permacultura Econômica. Talvez você ainda não tenha ouvido nenhum desses termos, porém, comece sabendo que todos eles apenas nomeiam os novos modelos de negócio que estão emergindo para atender às exigências por sustentabilidade e que, dentre outras estratégias, já estão consolidados em grandes empresas no mundo todo, como Coca Cola, Danone e Univeler e, é claro, em milhares de starts-ups.

“Tudo isso já está sendo usado: apenas juntamos tudo num conceito, que abrange subconceitos”, explica a doutora Suzana Borschiver, facilitadora da oficina prática de economia circular realizada no 8º Congresso Internacional do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação – Profnit, realizada neste sábado, 18, na sede do Sebrae Alagoas.

“Uber, reuso de água, reciclagem, coworking, Airbnb: Várias coisas do nosso dia a dia estão sendo explicadas por essa disciplina. O que eu faço em uma oficina dessas é justamente desmistificar o conceito e trazer para o dia-a-dia”, continua a professora, que alia a formação em Engenharia Química a dois pós-doutorados na área de inovação tecnológica e cadeias produtivas.

Mais que um conceito, economia circular é uma nova abordagem de produção e consumo, baseada no princípio de que fatores e serviços têm origem em insumos da natureza e, que no final de sua vida útil, estes devem retornar à natureza em sua forma de menor impacto ambiental.

Pode até soar como ambientalista, mas se trata da saída pragmática para as previsões matemáticas da escassez de recursos no planeta, em pouco tempo, de acordo com índices planetários como a pegada de carbono e, especialmente, o dia da sobrecarga da Terra, o momento em que a demanda anual da humanidade em relação à natureza ultrapassa a capacidade de renovação dos ecossistemas naquele ano.

Demandas Foi em 1970 que a humanidade começou a esgotar os recursos anuais do planeta antes de terminar um ano. Batemos o recorde de rapidez consumista agora em 2018, e desde 1º de agosto estamos no déficit.

Água, energia e resíduos são as preocupações de particular interesse para o setor produtivo. O modelo de economia circular, então, é uma proposta de planejamento e gestão para acabar com as ineficiências ao longo do ciclo de vida de um produto, tentando prolongar ao máximo sua vida útil e o valor, ao mesmo tempo em que minimiza, erradica ou reaproveita os resíduos em outro processo produtivo.

Exemplos? A cervejaria artesanal que faz parceria com delicatessens e utiliza os pães descartados como fonte matéria-prima para fermentação e a Granbio, líder em nanotecnologia da cana-de-açúcar e presente em Alagoas, aonde, dentre outras coisas, se fabrica etanol de segunda geração a partir de resíduos dos canaviais, que antes viravam lixo ou eram queimados.

Ofertas Para não perdemos o conceitual de vista, isto significa energia limpa produzida com biomassa. Devido a suas características naturais, o Brasil é o país mais competitivo do mundo para esse tipo de matriz energética. Em 2015, enquanto nos Estados Unidos a produção de cada tonelada de biomassa custava US$100, aqui o custo caia para US$30.

A oficina também esclareceu as mudanças de relacionamento e cultura interligadas a estas novas relações comerciais: Agora o produto aparece como serviço e consumidor, como usuário, através de modelos focados no uso e no desempenho, e não na posse de um objeto. Isto também implica em outras dinâmicas nos papéis de vendedor e comprador e até mesmo em formas de pagamento e entregas, que agora podem ser negociados em termos de desempenho, e não de “volumes” ou unidades.

As atividades ligadas ao 8º Prospect continuam até o dia 21.

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