Mais uma audiência de instrução e julgamento dos irmãos e policiais militares Jailson e Jadilson Gomes de Melo, acusados de envolvimento com a morte do empresário alagoano Sérgio Falcão, foi realizada pela 2ª Vara do Júri, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, no Recife (PE).
Nesta fase, prestam depoimento os peritos do Instituto de Criminalística que trabalharam no caso, além da delegada Vilaneida Aguiar, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) responsável pelo inquérito policial, e quatro testemunhas de defesa e dois informantes.
De acordo com a Polícia Civil, o crime foi motivado por questões financeiras. O empresário Sérgio Falcão guardava dinheiro em casa. Todas as vezes que ele fazia um saque na agência bancária, levava a quantia para seu apartamento em Boa Viagem, sendo acompanhado pelo segurança Jailson. No dia 28 de agosto de 2012, quando ocorreu a morte, a mulher do empresário contou que que o depósito estava vazio. A Polícia também informou que o militar reformado deixou o imóvel com a arma usada no crime e sem prestar socorro à Sérgio Falcão.
Relembre o Crime
O empresário da construção civil foi encontrado morto com um tiro na cabeça, em seu apartamento na Avenida Boa Viagem. A hipótese de suicídio, apontada pelo Instituto de Criminalística, chegou a ser investigada, mas afastada pela polícia, uma vez que a vítima tinha um revólver em casa e poderia ter usado para tirar a própria vida. Para a delegada Vilaneida Aguiar, Sérgio Falcão não tinha motivos para se matar. Em depoimentos prestados ao longo das investigações, Jailson negou que tivesse praticado o crime. Ele alega que Sérgio pegou a arma que estava em sua cintura e atirou e tirou a própria vida.
O advogado dos irmãos militares, suspeitos de envolvimento com o caso, George Freire, afirma que a morte foi um suicídio. “Jadison foi surpreendido pelo empresário que tomou sua arma e se matou”, comentou, lembrando que a primeira perícia não encontrou qualquer vestígio de material genético do seu cliente. Já o advogado da família de Sérgio Falcão, Ernesto Cavalcanti, alega que não tem dúvidas de que o empresário foi assassinado. “Foi um crime de mando. Agora, a questão é saber quem foi o autor intelectual, o mandante. Existia muito dinheiro em questão, cerca de US$ 12 a 15 bilhões em dois paraísos fiscais”.