Defensoria Pública ingressará com ação judicial contra troca de bebês no HU

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A Defensoria Pública do Estado de Alagoas ingressará com uma ação judicial a fim de acabar com o drama de duas famílias que tiveram os bebês trocados após entrarem em óbito dentro do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), localizado na parte alta de Maceió.

O defensor público, Fernando Rebouças, informou que constatou o equívoco após conversar, nesta quinta-feira, 30, com as famílias dos bebês Gabriel Gomes de Mendonça e Ana Clara da Silva Pereira dos Santos, que não sobreviveram após os partos.

“A Defensoria recebeu esta demanda hoje com a informação de que houve troca de bebês. Houve também um sepultamento equivocado em que os pais sepultaram o corpo de um filho que não seria deles. Então, o Hospital Universitário teria liberado o corpo para uma das partes enquanto que o outro permanece no hospital esperando pela liberação. Constatado isto, coletamos as informações e a documento pertinente as famílias. Entramos em contato com o HU para mais informações e o próximo passo é entrar com ação judicial a fim de promover a exumação do corpo que foi enterrado equivocadamente. Além disso, iremos pedir a correção da documentação nas certidões de óbito”, informou o defensor.

Como tudo aconteceu

Na última sexta-feira (24) a dona de casa, Jerlane da Silva, de 21 anos, deu à luz a uma menina, mas a criança não resistiu e morreu no dia seguinte. Ao tentar retirar o corpo para o sepultamento nesta quarta-feira (29) a mulher descobriu que o hospital não sabia onde o corpo estava e que ele poderia ter sido entregue, por engano, para outra família.

O pai desta outra família, Izael Carlos Silva de Mendonça, de 30 anos, também viu seu filho nascer e morrer logo em seguida na segunda-feira (27). O enterro do menino aconteceu no dia seguinte, na cidade de União dos Palmares, mas logo após o sepultamento, ele foi informado por telefone que teria enterrado a criança errada, uma menina que ainda não tinha tido a identidade confirmada.

Izael Carlos disse, em entrevista à TV Pajuçara, que se dirigiu até a direção do hospital na terça-feira (28), com o protocolo para retirar o corpo do filho e que um funcionário da unidade da saúde teria “entrado com o caixão [no setor específico] e devolvido o caixão já com a criança dentro”, e que ele teria aberto o caixão apenas após chegar em União dos Palmares – cidade onde foi realizado o enterro – mas que não conseguiu reconhecer que o corpo pertencia a uma menina.

O pai também relatou que como não sabe ler, confiou no hospital e não conferiu a documentação entregue a ele.

Também durante a mesma entrevista, a mãe da menina supostamente enterrada por engano, Jerlane da Silva, explicou que se dirigiu ao mesmo setor no hospital e que lá foi informada que não estavam encontrando o corpo da filha – que deveria estar “em uma das geladeiras do necrotério do hospital”, quando Izael entrou falando da troca de bebês.

A suspeita da troca dos corpos dos bebês ficou mais forte quando Jerlane mostrou uma foto da filha no celular e Izael reconheceu como sendo a criança enterrada por ele no dia anterior.

O Hospital Universitário enviou nota ao Alagoas 24 Horas lamentando a situação e informando que está realizando investigação interna para esclarecer o caso. Confira a nota na íntegra:

Nota HUPAA

Sobre a troca de corpos de dois bebês natimortos, no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, a instituição informa que lamenta o ocorrido e que já está realizando investigação preliminar interna.

O Hospital Universitário reforça que possui um procedimento operacional padrão, que determina e orienta como se dão a identificação dos corpos e a liberação para os serviços de verificação de óbito.

A unidade ainda ressalta que não irá medir esforços para continuar a dar assistência aos familiares, prestar todos os esclarecimentos necessários e ainda verificar a necessidade de adequação dos processos internos adotados no hospital.

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