A deputada estadual Jó Pereira participou nesta quinta-feira (30), da “Oficina Estadual para a Construção do Protocolo Clínico de referência do paciente com suspeita de câncer, ou caso confirmado, aos serviços especializados de média e alta complexidade em Oncologia”, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), na Universidade Tiradentes (Unit).
Ela reforçou que os investimentos em atenção básica e, consequentemente, no diagnóstico precoce, podem significar a diferença entre a vida e a morte para milhares de pacientes oncológicos em Alagoas: “A atenção básica precisa de apoio, comprometimento dos gestores e envolvimento dos profissionais e de toda equipe”.
No ano passado, a parlamentar conseguiu aprovar uma emenda aditiva ao Orçamento, remanejando R$ 100 milhões à Sesau, para o fortalecimento, agora em 2018, dos cuidados a pacientes oncológicos em Alagoas. Em setembro, Jó Pereira deve realizar uma audiência pública para que a pasta apresente a destinação desses recursos, equivalentes a cerca de 1% do Orçamento total do Estado.
Durante a oficina realizada ontem, a deputada destacou a importância do protocolo que está sendo construído para definir o atendimento ao paciente oncológico em Alagoas, mas chamou a atenção para a existência de desafios maiores a serem discutidos, entre eles o essencial reforço que deve ser destinado à atenção básica.
“Nós precisamos do protocolo sim, para unificar como será o caminho do atendimento, mas o verdadeiro problema do atendimento do câncer em Alagoas está na atenção básica, desde o rastreio ao diagnóstico precoce… É preciso focar na capacitação de todos os envolvidos, inclusive os médicos dessa atenção básica, para que eles não deixem de realizar a rotina dos exames de mama e outros exames mais básicos. Nós precisamos investir. A gente já sabe onde está o problema, mas é necessário que haja vontade, disposição e compromisso para resolvê-lo”, pontuou, lembrando a dificuldade do acesso da população às unidades básicas de saúde.
“Apenas 27% da capital, por exemplo, tem cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), o que leva a busca pelo HGE e pelas UPAS, mas precisamos focar na atenção básica, porque quando os pacientes com câncer ou suspeita de câncer são encaminhados aos Cacons, e isso é uma fala recorrente dos gestores desses centros de atendimento oncológico, eles já chegam com a doença em estágio avançado, onde o tratamento é mais caro e, o pior, com bem menos chances de cura”, concluiu.