O noivo e mais dois convidados foram presos, neste sábado, 22, durante a Operação Nepsis da Polícia Federal, quando se preparavam para festa de casamento em um resort, localizado em Maceió. O trio é acusado de liderar uma organização criminosa especializada em contrabandear cigarros do Paraguai.
A Operação Nepsis aconteceu simultaneamente nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas e contou com a participação de mais de 280 policiais federais, auditores da Receita Federal e Policiais Rodoviários Federais. Ao todo, foram 20 pessoas presas durante a ação policial.
Em coletiva de imprensa, o delegado Fillipe Menezes, da PF de MS, informou que os contrabandistas estavam no Paraguai e até junho deste ano não arriscavam entrar no país por conta das constantes operações policiais. Durante as investigações, a PF descobriu que um dos acusados havia marcado uma festa de casamento em Maceió e resolveu planejar a operação.
“Até junho deste ano, praticamente eles não entravam no Brasil e se entravam era de maneira clandestina uma vez que podiam ser presos por qualquer policial. Depois deste período, alguns entravam de forma muito cautelosa. Um deles então resolveu organizar uma festa de casamento em um resort em Maceió e convidou os demais. Quando identificamos que iria acontecer este casamento vimos que esta era uma oportunidade única para que pudêssemos alcançar os líderes. Eles foram presos hoje pela manhã e o casamento seria à tarde”, informou o delegado.
A PF explicou ainda o grupo teria entrado no Brasil com cerca de 1.200 carretas de cigarros contrabandeados do Paraguai com o valor estimado de mais de R$ 1,5 bilhões. Como base nesses números, os contrabandistas seriam os responsáveis por um dos maiores volumes de cigarros contrabandeados para o Brasil.
O superintendente da PF em Campo Grande, MS, Cleo Mazzotti, também conversou com os jornalistas e disse que a organização criminosa possuía funções bem definidas e era estruturada de forma empresarial.
“A organização criminosa funcionava em níveis, tinha os patrões, que comandavam a logística de toda organização. Abaixo vinham os gerentes, que controlavam as rotas, atividades dos olheiros e motoristas das cargas de cigarros e os “funcionários” de menor posição hierárquica. Além disso, tinham policiais que foram corrompidos para participar e garantir o esquema criminoso”, afirmou.
Dos 20 presos na Operação Nepsis, cinco são policiais rodoviários federais, quatro policiais militares e dois policiais civis do Estado do Mato Grosso do Sul.
O nome da Operação Nepsis reporta a um termo grego que significa vigilância interior, estado mental de atenção plena, em uma alusão à vigilância necessária para combater as sofisticadas atividades contrabandistas e no que concerne à própria atividade de fiscalização estatal no combate à cooptação integrantes de Órgãos de repressão e fiscalização.