O dia 27 do mês de setembro, tradicionalmente conhecido como o mês de combate ao suicídio, dá espaço para um dia da esperança de uma renovação de vida para muitas pessoas. O dia nacional da Doação de Órgãos conscientiza doadores em potencial e cria ações de incentivo para que estas pessoas participem do recomeço de uma nova vida para muitas famílias.
Para saber mais sobre o assunto, a reportagem do Alagoas 24 Horas foi até a Central de Transplantes, no pátio do Hospital Geral do Estado (HGE), no bairro do Trapiche, onde a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, explicou pontos importantes sobre o “Setembro Verde”,
Segundo a coordenadora, a data, criada pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), responsável pelo levantamento de dados a nível nacional, foi vista como importante na divulgação do tema, que tem como finalidade esclarecer mitos e salvar vidas. Apesar de reconhecer a importância da data, Daniela ressalta que a causa deve estar em evidência durante todos os meses do ano.
A coordenadora explica também que o ponto mais importante para quem deseja ser doador de órgãos é manifestar a intenção de forma clara para amigos e familiares, pois serão eles, no momento da morte encefálica, que terão o poder de decidir se os órgãos serão doados ou não.
Alagoas tem, atualmente, 431 pessoas na fila de espera para receber órgãos e ter a oportunidade de um recomeço. No ano de 2018, até o mês de agosto, foram realizados 87 transplantes de órgãos, sendo 63 de córneas, 20 de rins e quatro transplantes de coração. No ano anterior, 134 transplantes foram realizados, 109 de córneas, 19 de rins e seis transplantes de coração.
O estudante Bruno Levy, atualmente com 25 anos, começou a fazer hemodiálise no dia do aniversário de 20 anos em tratamento que durou cerca de um ano e seis meses. Em maio de 2014, Bruno recebeu um rim, e teve a oportunidade do recomeço. “Minha vida voltou ao normal, com uma saúde bem melhor e mais expectativa de crescimento”, analisou o estudante.
Para ele, o mês de conscientização é importante para que, cada vez mais, as pessoas estejam abertas a doar seus órgãos e salvar mais vidas. “Vivemos em um estado que ainda não tem conhecimento da importância da causa. A doação realmente salva a vida de quem precisa, tira ela do sofrimento e dá a expectativa de uma vida melhor. É importante falar com a família e manifestar o desejo de doar os órgãos”, disse.
Hoje, para ser doador de órgãos e tecidos no Brasil, não é necessário deixar nada por escrito. Basta avisar à família o desejo de doar os órgãos. A doação só pode ser concretizada por meio de uma autorização familiar documentada. Quando não há o manifesto por parte do possível doador, a família acaba ficando em dúvida e pode acabar negando a doação.