Quando os integrantes da Dirimbó lançaram em julho do ano passado o seu segundo EP, o Deixar Tu Loks (2017), nenhum deles imaginou que iria viajar por tantos cantos do Brasil com uma banda independente nem que a aceitação da mistura entre a música pernambucana e paraense pelo público fosse tão grande.
Mas o fruto de um trabalho de três anos tornou possível uma turnê batizada de Deixar Tour Loks e que fez a banda seguir em pouco mais de um ano por 16 cidades e realizar 25 shows país afora – em eventos importantes, como a Lambateria, no Pará, e o Circuito SESC de São Paulo. Agora, a turnê chega aos seus momentos finais com, até agora, quatro datas marcadas. O primeiro show será em Maceió nesta próxima sexta-feira (05/10), no Esquina Pub, a partir das 21h, com discotecagem do DJ Igor Sann. Os ingressos custam R$ 15, à venda no local.
Depois a banda segue para Belém (11/10), Fortaleza (13/10), e Araraquara-SP (2/12) – neste último caso dentro do Circuito SESC.
Para Mário Zappa, baixista da Dirimbó e único paraense do grupo (todos os outros músicos são do Recife), o encerramento da Deixar Tour Loks tem um tempero especial, uma espécie de mistura de especiarias de Pernambuco e do
Pará. “Primeiro porque viajaremos pra Maceió, pra tocar com a galera do Temperado e visitar mais uma vez a primeira capital que nos apresentamos fora do Recife quando começamos essa turnê no ano passado”.
“Na sequência pegamos o carro e vamos comer estrada até a minha terra-natal, Belém, onde participaremos no dia 11 de outubro do Festival Lambateria, ao lado de nomes como A Banda Filhos do Mestre Vieira, Félix Robatto e seu Conjunto, Lia Sophia, Pinduca e Gaby Amarantos. Vai ser um momento importante voltar pro Pará com toda essa carga musical que acumulamos e colher lá mais influências. Como se não bastasse, seguimos pra Fortaleza, no dia 13 de outubro, e abriremos para ninguém menos que o Mestre Aldo Sena, nosso ídolo”, celebra o baixista. A turnê, por enquanto, encerra em São Paulo, no Sesc Araraquara, no dia 2 de dezembro deste ano.
Vítor Pequeno, guitarrista do conjunto, revela que o que virá depois do encerramento dessa turnê é algo que, na verdade, a Dirimbó já iniciou, “que é o próximo disco da banda. Um trabalho com músicas inéditas e que traz mais ainda as influências pessoais de cada um. A gente decidiu deixar isso mais evidente. Bruno era um cara que escutava muito rock and roll, e a gente trouxe isso nas faixas. Já eu ouvia muito hardcore e reggae. Rafa Lira foi formado no pagode, e ele consegue carregar essa bagagem muito bem, enquanto Mário é a base do swing do Pará”, conta.
“E pode, se preparar porque depois que a gente lançar esse disco vai vir show novo, turnê nova e mapa de palco novo, com direito a telão de led, papangu e, se tudo der certo, quem sabe até uma guitarra nova”, brinca Pequeno.
Deixar Tu Loks (2017) está disponível em todas as plataformas de streaming e foi um trabalho que marcou uma nova posição da banda como conjunto autoral. Além de se apresentar como quarteto, o grupo intensificou o mergulho nas pesquisas individuais de cada músico e na mistura de elementos da música pernambucana, como o forró e o xaxado, com o carimbó e as guitarradas paraenses. Na época do lançamento, foi lançado um videorelease que narra com mais detalhes a ideia desse EP. A Dirimbó é formada por Bruno Negromonte (baterista), Mário Zappa (baixista), Rafa Lira (vocalista e guitarrista) e Vítor Pequeno (guitarrista), e conta com a produção-executiva de Marcus Iglesias.