Quatro candidatos ao governo de Alagoas participaram na noite desta terça-feira (2) do debate da TV Gazeta. Durante cerca de 2h, eles discutiram propostas de segurança pública, turismo, educação, combate à pobreza, geração de emprego, terceirização, privatização e concurso público.
O debate foi mediado pelo jornalista Roberto Kovalick, da TV Globo. Participaram os candidatos (em ordem alfabética): Basile (PSOL), Josan Leite (PSL), Pinto de Luna (PROS) e Renan Filho (MDB).
Foram convidados apenas os candidatos aptos, definidos na legislação, e que têm representação no Congresso Nacional.
O debate teve cinco blocos. O primeiro e o terceiro com perguntas de tema livre, e o segundo e quarto blocos com perguntas de tema determinado. O último bloco foi destinado às considerações finais de cada candidato.
Os candidatos tiveram 30 segundos para formular as perguntas, dois minutos para as respostas, um minuto e quinze segundos para réplica e o mesmo tempo para tréplica. No quinto e último bloco, cada candidato teve 3 minutos para fazer suas considerações finais.
Considerações finais
A ordem para as considerações finais foi definida por sorteio realizado anteriormente com os representantes dos partidos. Confira o que cada candidato disse no último bloco:
Josan Leite: “Alagoanos, eu sou engenheiro civil de formação. Cheguei aqui em 1975, filho de sertanejos que vieram da Paraíba. Meu pai nasceu em uma cidade sem escolas e, quando ele era criança, sonhou em ser doutor. Todas as crianças olhavam para ele e diziam que era impossível. Ele agiu e tornou o sonho realidade. Foi o primeiro doutor da Universidade Federal de Alagoas. Aprendi desde cedo, em casa, que o impossível é aquilo que a gente não conseguiu fazer. Alagoas tem um caminho, que é de sepultar a velha política e construir a nova planejada para o futuro. Alagoas é próspera e necessária. Vamos planejar saneamento básico a longo prazo para que tenha um grande progresso. O turismo é a nossa chave mestra de onde queremos chegar, preparar para desenvolver. O polo industrial foi paralisado nesse governo. O setor agrícola foi completamente esquecido. A Emater, que atendia aos profissionais e agricultores, foi acabada. Precisamos priorizar as pessoas e a educação. E a educação sem escola não temos como desenvolver. Alagoas tem a oportunidade de seguir um caminho diferente de agir e resgatar o futuro. Se você quer construir junto comigo, esse engenheiro, pense alto e 17 neles”.
Pinto de Luna: “Alagoanos e alagoanas, sou alagoano por adoção. Vim e fiquei nessa terra, combati o bom combate aqui. Quando fomos superintende da Polícia Federal, fizemos várias operações e alcançamos pessoas que pensavam que estavam acima da lei. Elas conheceram a nossa carceragem. Pegamos essa bandidos e colocamos na cadeia. Fui formador, junto com meus colegas, dessa Polícia Federal que você vê aí, que faz as pessoas fugirem do tema de corrupção, pessoas costumazes da corrupção. Elas sabem que temos uma PF austera. Me aposentei e resolvi ficar em Alagoas, para desespero de muitos. Aqui vou ficar e aqui permanecerei. Para você, produtor rural, que não pode produzir seu queijo coalho, quem vem sendo tratado como bandido. Tem ainda as casas de farinha, que foram fechadas. Quero ser o governador que vai reativar isso. Quero ser também aquele com quem você possa interagir, falar dos seus problemas. Essa falácia de que não sou daqui, que não estou preparado. Você vai ter que me engolir. Queremos dar espaço para você, jovem que saiu da faculdade, para que você possa ocupar o meu lugar e fazer a PF. O Ministério Público não pode ser amordaçado por essa leis de abuso de autoridade. As instituições estão funcionando. Pais e mães de família, quando vocês deixam de assistir à TV, você vem as mazelas de Alagoas. Alagoas está morrendo pelo crime. No Sertão, temos famílias cerceadas, a bala domina em Alagoas e o governador não vai lá. Nós vamos em cada casa, falar com o pai de família, para falar das atrocidades que ele está vendo. Vamos levar essa eleição para o segundo turno. 90 neles”.
Renan Filho: “Eu queria, em primeiro lugar, agradecer ao Roberto pela condução sempre elegante desse debate. Agradecer também aos meus candidatos, que se disponibilizaram até essa hora para conversarmos um pouco sobre Alagoas. Mas agradecer especialmente a você, que nos assiste na sua casa, no seu local de trabalho, para discutirmos propostas e os caminhos que Alagoas precisa trilhar ao longo dos próximos quatro anos. Nós, quando assumimos o governo do estado, encontramos aqui um estado que não tinha recurso pra nada. Alagoas não conseguia fazer investimentos com recursos próprios, era campeão nacional de violência, perdeu esse título. Maceió estava há 10 anos consecutivos como a capital mais violenta do Brasil e chegou a ser a 6ª mais violenta do mundo, também perdeu esse título, e ao final desse ano não estará nem mais entre as 10 primeiras do Brasil. Isso significa que estamos no caminho certo, muito ainda precisa ser feito, mas estamos no caminho certo. Na educação, tínhamos o estado com a pior posição entre todos os estados brasileiros no nível médio. Erámos o 27°, avançamos para 16°. Subimos 11 posições e isso significa dizer que, estando em 16°, se subirmos novamente mais 11 posições, ficaremos entre os cinco melhores do Brasil. Esse é o desafio que precisamos ter. Alagoas não é um estado que está deprimido nesse momento. Ao contrário. Alagoas é um estado que se agigantou na crise, que enfrenta a crise de cabeça erguida, com dedicação e com muito trabalho. Estamos na área da saúde fazendo o maior conjunto de investimentos que esse estado já viu. Só os investimentos em saúde, vão gerar 10 mil novos postos de trabalho na saúde pública alagoana. Quatro mil dos quais aqui na capital e o restante no interior, descentralizadamente para que o cidadão possa ser atendido mais perto da sua casa, de maneira que, até essa hora, eu vim aqui pra conversar sobre essas coisas, sobre os investimentos em infraestrutura, sobre o abastecimento d’água, as obras de esgotamento sanitário, sobre o fortalecimento do nosso turismo que hoje é o que mais cresce. Maceió é hoje, segundo a CVC, a maior operadora de turismo da América Latina, a capital que mais recebe turistas da CVC. Inclusive, passamos uma cidade que era muito forte, que era a cidade de Porto Seguro, na Bahia, e assumimos o primeiro local no Brasil. Essas coisas são novas. O primeiro em solidez fiscal, o primeiro em transparência. Alagoas vem dando bons exemplos ao Brasil. Por isso, nessa noite, eu queria te pedir uma nova oportunidade. Pra seguir adiante com o nosso trabalho de transformar esse estado em um estado melhor. Se você me der essa chance, eu vou transformar esse trabalho à frente do governo do estado na missão da minha vida, que é melhorar a vida do alagoano. Muito obrigado”.
Basile: “Meu nome é Basile, tenho 33 anos e sou o candidato mais jovem desses daqui. Sou esposo da Ana Cecília, e pai do Georges. Quero que a gente reflita sobre as opções, a continuidade de um governo que não se estabeleceu, e os outros que não mostraram preparo para governar. Eu e Danúbia somos uma única opção. A Danúbia é a minha vice, é uma mulher negra que mora na periferia de Alagoas e cientista social. É alguém que vai governar junto comigo e vai estabelecer novas formas de projetos sociais. Um projeto do PSOL, que é da Marielle, a vereadora assassinada, e temos resposta para isso. Fomos no Sertão, Litoral Norte e Sul, Agreste, conhecemos e sentimos o sofrimento do alagoano, que é histórico. Uma escravidão de 600 mil pessoas que continuam na extrema pobreza. Alagoas não é dos taturanas e dos gabirus. Quero que tenham a possibilidade de escolher uma nova Alagoas. Das mulheres do mercado, que é construída por você agricultor, construída por pescador do Litoral Norte e da Lagoa Mundaú. Queremos construir uma outra Alagoas, e pedimos apoio no dia 7. Somos os mais preparados para que no segundo turmo façamos um diálogo com o Renan Filho. Vote nos nossos candidatos no Senado e governo federal”.