Sem salas para o curso, alunas do Programa Mulheres Mil recorrem à Defensoria

Alunas do Programa Mulheres Mil, residentes na comunidade da Coca Cola, localizada na parte alta de Maceió, estiveram, nesta quinta-feira, 1, na Defensoria Pública do Estado, para pedir auxílio da instituição diante do impasse que gerou evasão escolar e paralisação de parte dos cursos ofertados a elas, nos últimos meses. De acordo com as estudantes, as aulas eram ministradas em salas ociosas cedidas pela Escola Estadual Romeu de Avelar, situada no Tabuleiro Novo, desde dezembro de 2017.

Na época do início do curso, a coordenação do programa solicitou a autorização oficial da Secretaria de Educação do Estado (Seduc) para o uso das salas, mas não recebeu resposta imediata e o curso foi iniciado sem registro de intercorrências. No entanto, passados cerca de 40 dias, as estudantes e a equipe foram surpreendidas pela direção da escola, que interrompeu uma aula e as expulsou do local, informando que o uso do espaço tinha sido negado pela Seduc.  Segundo o grupo, a Secretaria de Educação nunca explicou o motivo da proibição.

Após a expulsão, três das seis turmas foram transferidas para salas cedidas por uma faculdade particular no Benedito Bentes. Mas, os cursos que precisavam de mais espaço, tiveram que ser paralisados por falta de local.

De acordo com a estudante do curso de Cuidador de Idosos, Cristiane Vieira, a proibição impossibilita a continuidade de curso para boa parte das 140 alunas. “É uma injustiça, uma falta de amor ao próximo. Nós sabemos que a escola tem salas vagas e não conseguimos entender o que motivou a proibição. Eu consegui dar continuidade ao curso, quando as aulas passaram para faculdade, mas muitas não tiveram condições de pagar a passagem de ônibus ou são impedidas de sair da localidade”, conta.

“O curso trouxe esperança de uma profissão e a possibilidade de renda extra para as mulheres da comunidade. Ele abria novas portas pra gente e nos incentiva a pensar na gente. Depois da mudança pelo menos 30 mulheres já  desistiram do curso”, lamenta.

A situação será acompanhada pelo Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos da Defensoria Pública do Estado. A instituição oficiará o Instituto Federal de Alagoas, responsável pela execução do programa no estado, solicitando informações, e à Seduc, a fim de apurar os motivos que levaram a proibição.

O Programa Mulheres Mil, é um programa do Governo Federal, executado pelos Institutos Federais, com o objetivo de promover a inclusão educacional e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade econômica e social, possibilitando a mulheres moradoras de comunidades com baixo índice de desenvolvimento humano a elevação da escolaridade e o acesso ao mundo do trabalho, trabalhando o empoderamento das estudantes e estimulando o empreendedorismo, a economia solidária e a empregabilidade.

Fonte: Defensoria Pública

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