O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quinta-feira (1º) que o juiz federal Sergio Moro assumirá um “superministério” da Justiça e escolherá o novo diretor-geral da Polícia Federal.
“Ele vai indicar todos que virão a compor o primeiro escalão [da pasta]. Inclusive o chefe da Polícia Federal”, afirmou em entrevistas a emissoras de televisão nesta quinta, logo após Moro ter sido confirmado como seu quinto ministro.
Bolsonaro falou com a TV Record e com veículos de comunicação ligados à Igreja Católica como Rede Vida, Canção Nova e TV Aparecida.
Ele confirmou a criação de uma pasta “turbinada” para a Justiça, que agregará Segurança Pública e parte do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje subordinado ao Ministério da Fazenda.
O presidente eleito prometeu não fazer interferências nas atividades de combate à corrupção que serão tocadas pelo futuro ministro.
“Mesmo que viesse a mexer com alguém da minha família no futuro. Não importa. Eu disse a ele. É liberdade total pra trabalhar pelo Brasil.”
Bolsonaro disse que a junção do Coaf à Justiça servirá para que Moro possa ter informações em tempo real para combate à corrupção a ao crime organizado.
O plano inicial da equipe era também somar ao ministério da Justiça a pasta da Transparência e Controladoria Geral da União. O tema não foi comentado pelo capitão reformado.
Durante as entrevistas, Bolsonaro disse ter tido uma conversa positiva e que eles concordaram em 100% dos assuntos discutidos.
“Quem ganha é o Brasil com essa agenda extremamente positiva, com um nome de peso de uma pessoa que, por si só, por seu trabalho, demonstrou ao povo brasileiro que é possível, sim, combater um dos maiores males que temos na nossa nação, que é a corrupção.”
Bolsonaro disse ainda que Moro pediu liberdade e meios para promover uma agenda de combate efetivo à corrupção e ao crime organizado.
De acordo com o presidente eleito, Moro disse a ele que Lava Jato não será esquecida com sua saída da magistratura.
“Até porque bom juiz temos no país todo, em especial em Curitiba. E agora ele não será combatente da corrupção apenas no âmbito da Lava Jato, no âmbito de todo o Brasil”, afirmou.