A arte segue fluindo pelas mãos dos artistas alagoanos e, dessa vez, faz a magia e poesia do circo invadir as telonas. Inspirado na poesia do ilustre alagoano Jorge de Lima, o cineasta Cacá Diegues produziu o longa-metragem “O Grande Circo Místico” que chega a Maceió em avant-première no dia 06 de novembro, no Cinema Cinesystem, localizado no Parque Shopping Maceió. O longa será exibido às 21h e traz no elenco nomes como Mariana Ximenes, Bruna Linzmeyer, Jesuíta Barbosa, Juliano Cazarré e Antonio Fagundes.
O filme será o representante do Brasil na disputa de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar 2019. “’O Grande Circo Místico é, certamente, a consequência do que procuro no cinema desde que fizemos ‘Cinco vezes Favela’, em 1962, produzido pelo Centro Popular de Cultura da UNE. Ele não é igual a nenhum de meus filmes precedentes, mas é tributário de todos eles”, conta o cineasta Cacá Diegues.
A pré-estreia em Maceió é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult) e da Diretoria de Teatros de Alagoas (Diteal). O Grande Circo Místico foi lançado no Festival do Gramado deste ano e exibido no Festival de Cannes, dentro da Sessão Especial da 71ª edição. A produção cinematográfica só chega aos cinemas brasileiros no dia 15 de novembro.
Cacá Diegues ocupa a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras. É o nome por trás de títulos como “Xica da Silva” e “Tieta do Agreste” e se inspirou, desta vez, no poema do romancista, ensaísta e artista plástico Jorge de Lima, um dos grandes cultores da língua portuguesa de todos os tempos. Além do poema que dá título ao filme, o longa incorpora pedaços da obra de Jorge de Lima na narração.
O filme conta a história de cinco gerações de uma família dona de um circo criado em 1910, rodado em Lisboa três anos atrás. A trama explora a essência circense construída com um linguajar poético, acrobacias e histórias românticas.
Em meio a um diferente tipo de arte, passando pela decadência e pelos dias atuais, “O Grande Circo Místico” retrata também a maneira como personagens femininos encaram dificuldades e as consequências de suas escolhas. “Não sei se esse é um filme feminista, no sentido contemporâneo e militante do termo. Mas é claramente conduzido pelo destino de seus personagens femininos, frente a interdições masculinas que quase sempre as levam à tragédia. No fim das contas, a redenção chega através de mulheres”, declara Cacá.