O ministro da Segurança, Raul Jungmann, classificou o confronto entre policiais e assaltantes com 12 mortes nesta sexta-feira (7) em Milagres, no Ceará, como uma “tragédia” e disse que casos como esses “acontecem”.
“Tragédias como essas acontecem. À medida que a gente possa antecipar e evitar, sem sombra de dúvidas, a sociedade agradece e a gente poupa vidas, que é o bem mais importante que a gente tem que proteger”, afirmou.
Durante a madrugada desta sexta, policiais e criminosos trocaram tiros em frente às agências bancárias de Milagres, no interior do estado, e 12 pessoas morreram. Das 12 vítimas, seis eram pessoas mantidas reféns pelos criminosos, incluindo cinco da mesma família. Três pessoas foram presas.
O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que os policiais estavam cientes de que o bando preparava o ataque e conseguiu evitar o crime: “O fato é que estavam preparados para assaltar dois bancos e não conseguiram assaltar nenhum”.
Camilo Santana também foi questionado se os tiros que mataram as famílias foram disparados pelos policiais ou pelos criminosos. “Eu não tenho essa informação. É estranho um refém de madrugada no banco. Vamos aguardar essa investigação”, afirmou.
Conforme a polícia local, um bando iria atacar as agências do Bradesco e Banco do Brasil, que ficam vizinhas, no Centro de Milagres. Os criminosos interditaram um trecho da BR-116 que dá acesso à cidade e fizeram duas famílias reféns. Oito pessoas foram levadas como escudo-humano até os bancos, onde houve a troca de tiros.
De acordo com o prefeito de Milagres, Lielson Landim, entre os mortos estão duas crianças, que foram feitas reféns pelo grupo criminoso.
Ainda segundo o prefeito, os reféns foram executados pela quadrilha ao serem abordados pela polícia. Entre as vítimas estão um empresário de Serra Talhada e o filho dele. O empresário João Batista e o filho, Vinícius, saíram de Serra Talhada, de Pernambuco, para pegar familiares no aeroporto de Juazeiro do Norte, no Ceará. A cunhada de João Batista, acompanhada do marido, Cícero, e do filho, Gustavo, foram feitos reféns e mortos no tiroteio.
Eles iriam se reunir em Serra Talhada para festejos de fim de ano, de acordo com familiares.
A sexta vítima, Francisca Edenice, havia sido feito refém junto com o pai, e o irmão, Genário. Conforme a polícia, os criminosos liberaram Genário para socorrer o pai dele, que passava mal quando era mantido refém.
A tentativa de roubo aconteceu por volta de 2h17 da madrugada. Houve confronto entre os policiais e os criminosos. Diversos carros da PM foram usados para conter a quadrilha. Devido à ação da Polícia Militar, o grupo criminoso não conseguiu levar o dinheiro de nenhum dos estabelecimentos bancários. Os dois bancos ficam na Rua Presidente Vargas, no Centro do município, que tem 28 mil habitantes.