O Al Ain (EAU) surpreendeu o mundo do futebol nesta terça-feira (18) ao bater o favorito River Plate (ARG), nos pênaltis, na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa.
Agora, a equipe anfitriã do torneio espera o vencedor de Real Madrid (ESP) e Kashima Antlers (JAP) para saber quem será seu adversário na decisão.
Fundado em 1968, o clube é o mais vitorioso dos Emirados Árabes Unidos e único no país a ter conquistado a Champions League da Ásia, em 2003. Esse poder local, no entanto, pode ser explicado pela proximidade da instituição com o poder.
O Al Ain é administrado pela família real e tinha como presidente de honra o xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan, considerado o pai-fundador dos Emirados Árabes Unidos, que se tornaram independentes do Reino Unido em 1971, ano no qual iniciou-se seu governo. A presidência do xeque no poder da nação durou até 2004, quando morreu aos 86 anos de idade.
Na década de 1990, o clube chegou a ser presidido pelo Ministro da Cultura e Informação, o xeque Abdullah Bin Zayed Al Nahyan, filho do fundador.
No distintivo da equipe destaca-se um suntuoso edifício: o Forte Al Jahili. Construído na década de 1890, serviu de lar da família real dos Emirados. Foi incorporado à identidade visual do Al Ain em 1980 e nunca mais deixou de fazer parte do símbolo do clube.
O próprio site da Fifa diz, em perfil publicado em 2008, que “com tão proeminentes torcedores reais, não causou surpresa que o Al Ain tenha se tornado rapidamente o principal clube do país conquistando as competições locais seguidas vezes, incluindo três ligas consecutivas em 2001/2002, 2002/2003 e 2003/2004.”
Entre os tantos títulos conquistados, os principais são os 13 campeonatos dos Emirados, as seis Copas do Presidente e uma Copa do Golfo, além da Champions asiática.
Desde 2014, manda seus jogos no estádio Hazza Bin Zayed, com capacidade para 25 mil pessoas.
No atual elenco, comandado pelo ex-meia croata Zoran Mimic, os jogadores de maior destaque são os atacantes Marcus Berg, 32, sueco com passagem por Hamburgo (ALE) e PSV (HOL), e o meia-atacante brasileiro Caio Lucas, 24, que jogou nas categorias de base do São Paulo e iniciou a carreira profissional no Kashima Antlers.
A relação com brasileiros, porém, não é tão nova. O clube já teve alguns técnicos do país, como Jair Picerni, Lori Sandri, Tite, Toninho Cerezo e Alexandre Gallo.
Na lista de ídolos estrangeiros, o próprio clube ressalta as trajetórias do brasileiro Claudio Adão, do chileno Jorge Valdivia e os ganeses Abedi Pelé e Asamoah Gyan, este último o maior artilheiro da história do Al Ain com 95 gols.