Uma advogada foi presa na noite desta quarta-feira (19) suspeita de planejar o resgate do marido do Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), o carro do sistema prisional foi clonado para ajudar na ação.
A corporação informou que o marido da advogada, Vanderlei Silva Andrade, o Chacal, foi preso por envolvimento com o tráfico de drogas. “É um indivíduo bastante perigoso da região de Contagem que ele é responsável pelo abastecimento de drogas em diversas regiões aqui na região”, disse o tenente Luiz Fernando de Souza.
Segundo a PM, o carro foi roubado no mês passado em Belo Horizonte e teve a placa clonada. A chave dele foi encontrada pela polícia durante buscas na casa da mulher do criminoso, que cumpre pena na penitenciária.
Para a polícia, a advogada Tarciane Silva Rosa, de 31 anos, é suspeita de chefiar uma operação que resgataria o marido da cadeia. “Pra gente ela nega veemente a participação e não deu muitos detalhes não. Não quis conversar muito”, contou o tenente.
As investigações começaram depois de denúncias recebidas pelo serviço de inteligência da PM. “Com essas informações nós chegamos até um conjunto de prédios na região do Bairro Eldorado, que a gente tinha as informações que lá estariam guardados dois veículos clonados, sendo um deles a viatura. E que no conjunto de prédios ao lado residia a esposa desse indivíduo”, disse Souza.
Os militares apreenderam vários materiais que seriam usados na fuga. Um revólver calibre 38 com a numeração raspada, munição, capas de coletes com emblemas do sistema prisional, coturnos e outros acessórios de agentes penitenciários – além de vários miguelitos, uma espécie de cruz formada por vários pregos que serviriam para furar o pneu dos carros da polícia em uma possível perseguição. Tudo estava dentro da viatura clonada.
“Eles roubaram carro idêntico ao usado como viatura pelo sistema prisional e pra deixar bem semelhante eles buscaram na internet uma placa que realmente existe né, no sistema prisional pra caso fossem abordados ou se alguém tentasse verificar a placa seria constatado que a placa é verdadeira contudo ao verificar o chassi constata-se que o veículo é clonado”, disse o tenente.
Este outro carro roubado também foi recuperado e, segundo a PM, serviria para dar cobertura à ação criminosa. A chave dele estava na casa de outro suspeito que conseguiu fugir.
“A suspeita é que diversas outras pessoas participariam, porque seria uma ação grandiosa né, pela ousadia da ação que eles estavam orquestrando. Então a gente imagina que teriam mais pessoas envolvidas sim”, destacou o tenente Luiz Fernando de Souza.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que existem protocolos de segurança que não permitiriam a entrada de pessoas estranhas ao sistema prisional, muito menos o deslocamento de presos sem demanda da Justiça, ainda que se utilizasse de subterfúgios como falsas viaturas e vestimentas típicas do sistema prisional. As investigações criminais ficam a cargo da Polícia Civil.